Uma pesquisa realizada pela Stanford Medicine, nos Estados Unidos, apontou que pessoas que usam maconha podem ter o risco aumentado para desenvolver doenças cardíacas. O maior perigo está ligado ao componente psicoativo da droga.  

O THC causa inflamação nas células endoteliais que revestem o interior de vasos sanguíneos, além de causar aterosclerose. “À medida que mais estados legalizam o uso recreativo da maconha, os usuários precisam estar cientes de que ela pode ter efeitos colaterais cardiovasculares”, contou o professor de medicina cardiovascular e de radiologia e diretor do Instituto Cardiovascular da Universidade de Stanford, Joseph Wu.  

Os pesquisadores também descobriram que uma molécula chamada genisteína é capaz de inibir a inflamação e a aterosclerose, mas não atrapalha os efeitos positivos causados pelo uso medicinal da maconha. A genisteína pode ser encontrada na soja.  

“A genisteína funciona muito bem para mitigar os danos induzidos pela maconha nos vasos endoteliais sem bloquear os efeitos que a maconha tem no sistema nervoso central, e pode ser uma maneira de os usuários de maconha medicinal se protegerem do ponto de vista cardiovascular”, disse Wu.  

Os pesquisadores analisaram os dados genéticos e médicos de quase 500 mil pessoas com idade entre 40 e 69 anos. Quase 35 mil voluntários disseram fumar maconha, desses, 11 mil afirmaram fazer uso da droga mais de uma vez por mês.  

Mulher fumando cigarro de maconha
Maconha pode aumentar risco de doenças cardíacas, diz estudo. Imagem: sruilk / Shutterstock

Os fumantes contínuos se apresentaram mais propensos a ter um ataque cardíaco. Descobriu-se também que estas pessoas também possuem mais risco de ter seu primeiro ataque cardíaco antes dos 50 anos, quando comparados a não usuários.  

“À medida que mais estados legalizarem o uso da maconha, espero que comecemos a ver um aumento nos ataques cardíacos e derrames nos próximos anos. Nossos estudos de células humanas e camundongos descrevem claramente como a exposição ao THC inicia uma cascata molecular prejudicial nos vasos sanguíneos. Não é uma droga benigna”, afirma Mark Chandy.