Após a fase de alinhamento, concluída recentemente, o Telescópio Espacial James Webb (JWST) está se preparando para um teste de estabilidade térmica, por meio do qual o observatório vai oscilar entre posições nas quais receberá mais ou menos luz solar.
Segundo a NASA, o objetivo é garantir que ele possa navegar sem problemas sob as condições extremas do espaço enquanto executa seu trabalho científico, sem sacrificar a qualidade de suas imagens, sua capacidade de mira ou outras habilidades vitais que devem mantê-lo focado no universo primitivo.
“O exercício de estabilidade térmica medirá essas mudanças movendo-se entre os extremos do campo de visão de Webb, do calor à atitude fria, passando vários dias na atitude fria, depois voltando à atitude quente”, disse Erin Smith, cientista vice-líder do projeto, em um comunicado emitido pela agência no sábado (29).
“Webb tem um escudo térmico de cinco camadas para mantê-lo protegido das piores emissões de radiação solar, mas o observatório ainda pode enfrentar algumas mudanças à medida que o ângulo do Sol se desloca sobre o escudo”, disse Smith.
Teste de estabilidade vai alternar a inclinação do Telescópio James Webb em relação ao Sol
Smith explicou que o telescópio vai iniciar o teste de estabilidade térmica em uma “atitude quente”, a 0 graus de inclinação. A inclinação está relacionada ao ângulo em direção ao ou de afastamento do Sol, entre -5 e 45 graus. Ele ficará nessa posição por cinco dias para estabilizar, permitindo também que as equipes façam medições a partir da Terra.
Em seguida, a equipe vai colocar o observatório em uma atitude mais fria, a aproximadamente 40 graus de inclinação. “Nesse momento, a câmera quase infravermelha (NIRCam) será testada por 24 horas para ver se há algum efeito na óptica, e então a estabilidade do JWST será monitorada por 12 horas para ver como ele se sai com a mudança térmica”, disse Smith.
O telescópio ficará neste modo por cerca de uma semana para permitir que as temperaturas se estabilizem ainda mais, antes de girar mais uma vez para uma atitude quente. Para esta segunda rodada no calor, ele usará tanto a NIRCam quanto seu sensor de orientação fino para coletar dados de estabilidade.
“O instrumento infravermelho médio também será implantado em atitudes quentes e frias para entender como o ambiente térmico em mudança afeta os níveis de fundo infravermelho médio”, acrescentou Smith.
No geral, as mudanças devem ser muito pequenas, mas devido à extrema sensibilidade do observatório ao seu ambiente, o teste térmico será crucial para ele se preparar para seu período de observação, que está programado para começar em meados de junho.
“Esta calibração dos complicados modelos térmicos usados pelos desenvolvedores do Webb ajudará a informar estratégias e propostas de observação futura”, concluiu Smith.
Já assistiu aos nossos novos vídeos no YouTube? Inscreva-se no nosso canal!
Fonte: Olhar Digital
Comentários