Na contagem regressiva para o Dia das Mães, ataques do tipo phishing — que utilizam sites falsos para roubar informações das vítimas — vão estar em alta, alertam especialistas na área de segurança cibernética.
Roubar dados de cartão de crédito, uma das ameaças mais comuns na internet, deve ser o foco dos ataques aos consumidores. É o que ressalta Caio Telles, CEO do BugHunt, uma plataforma de recompensas por identificação de falhas de segurança.
“Cibercriminosos utilizam datas como o Dia das Mães para aplicar golpes, pois grande parte da população movimenta o comércio neste período”, explicou. “Explorando isso, os cibercriminosos sobem clones de websites famosos, ou até mesmo websites novos como se fossem lojas online verídicas, mas com o objetivo apenas de aplicar golpes, seja roubando informações pessoais e financeiras, como também recebendo valores e não enviando os produtos supostamente adquiridos”, complementou o executivo.
Empresas também estão na mira dos cibercriminosos
Para Denis Riviello, Head de Cibersegurança da Compugraf, com base nos últimos anos, a tendência é que haja um aumento em ciberataques próximo à data comemorativa.
“Toda e qualquer categoria de empresa, principalmente de comércio eletrônico, pode ser vítima. Ninguém está a salvo”, comenta. “Quanto maior a procura no universo virtual, maior o número de fraudes e ataques, por isso, a preocupação com a segurança no meio digital deve ser redobrada para os dois lados: consumidores e varejistas”, completa.
Já para Fábio Freire, CEO da FindUP, especializada em atendimento na área de tecnologia, em datas como essa, é importante que as empresas também estejam atentas e se preocupem com as áreas de TI e infraestrutura, evitando, assim, possíveis ataques.
“Realizar manutenções preventivas nos computadores, softwares e hardwares um pouco antes do pico de vendas é essencial para evitar que o varejo e seus clientes sofram com ações cibernéticas”, argumenta.
Diante desse cenário, os especialistas listaram algumas recomendações para não cair em armadilhas nessa época do ano.
Sempre checar se uma página é verdadeira
“Neste caso, os consumidores estão buscando bons negócios e oportunidades. Desta maneira, os cibercriminosos conseguem subir websites ou realizar ataques de phishing visando explorar esta condição”, explica Caio Telles.. “Por isso, é preciso verificar alguns detalhes antes da compra, como garantir que está em um website legítimo e analisar a URL da loja”, pontua.
Também é importante que os consumidores realizem compras em sites e lojas conhecidas. O Procon, inclusive, mantém uma lista atualizada com sites não confiáveis.
“É recomendável observar a lista antes de realizar qualquer compra. Também é importante que os consumidores visitem o website principal para verificar qualquer possível oferta recebida por outros meios, como e-mail. Muitas vezes os consumidores recebem informações de promoções por e-mail, porém são phishings, que os direcionam para websites que são clones maliciosos das lojas”, ressalta o executivo.
Cuidado com valores muito baixo e promoções nas redes sociais
Telles alerta que o consumidor deve conferir se os perfis nas redes sociais que estão promovendo sorteios ou descontos são originais.
“Promoções falsas com perfis falsificados são muito comuns. O objetivo é coletar informações das vítimas/consumidores e também aumentar o número de seguidores desses perfis falsos”, explica. Além disso, o consumidor deve sempre observar se o preço ofertado está muito abaixo dos concorrentes.
Para isso, a recomendação é utilizar sites já conhecidos de comparação de preços, como Google Shopping, Zoom e Buscapé.
Verifique a origem dos e-mails
Denis Riviello reforça que, ao receber um e-mail de lojas ou promoções, é preciso se atentar ao remetente. “Vale pesquisar no Google ou no site da marca se aquele endereço eletrônico existe”, explica.
Atenção ao método de pagamento
Uma dúvida ainda muito comum, mesmo aos adeptos das compras online, é referente à forma mais segura de realizar os pagamentos.
“Atualmente o método mais seguro continua sendo o cartão de crédito. Mas os aplicativos de ‘Carteira Digital’, como o Paypal, PicPay e similares, também são uma opção muito interessante. Se o usuário tiver algum problema com a compra, ele pode contatar a empresa responsável pelo pagamento, que possui recursos para minimizar o problema”, explica Riviello.
Por último, mas não menos importante, Riviello alerta que redes públicas de acesso à internet não são indicadas para a realização de qualquer transação financeira. “Como não há uma proteção, como senhas para acesso, o alto fluxo de pessoas conectadas é um prato cheio aos cibercriminosos. É preciso evitar qualquer compra nesse cenário”, finaliza.
No fim, toda atenção é pouco, já que somente no primeiro semestre do ano passado, os brasileiros sofreram mais de 16,2 bilhões de tentativas de ataques cibernéticos, revelou um levantamento da empresa de cibersegurança Fortinet.
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Fonte: Olhar Digital
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