Um complexo de observatórios espaciais projetado pela Agência Espacial Europeia (ESA) em parceria com a NASA, denominado LISA (sigla em inglês para Antena Espacial Interferômetro Laser), acaba de concluir uma etapa crucial de seu desenvolvimento.
Chamada de “Revisão de Formulação de Missões” (MFR), essa etapa trata-se de uma investigação profunda e abrangente nas três naves espaciais que compõem o projeto, e representa o último estágio da fase A, que analisa a viabilidade da missão.
Composta por especialistas da ESA, da NASA, da comunidade científica e da indústria aeroespacial, a equipe de revisão não identificou nenhum impedimento e confirmou que a LISA atingiu com sucesso um nível de excelência suficiente para prosseguir para a próxima fase: a definição preliminar das diretrizes da missão (também chamada de fase B1).
“A revisão foi um grande sucesso para todas as partes interessadas e fruto de um trabalho vigoroso no lado [do consórcio], da NASA e da ESA nos últimos anos”, disse Martin Gehler, gerente de estudos da LISA na ESA. “Através de observações de ondas gravitacionais, LISA oferecerá uma visão sem precedentes e única do universo, bem diferente de qualquer outro telescópio espacial e qualquer detector de ondas gravitacionais terrestre”.
Segundo Gehler, LISA fornecerá resultados científicos pioneiros, permitindo insights não disponíveis através de observações eletromagnéticas. “A combinação de observações LISA com as de outras instalações terrestres e espaciais também permitirá que os cientistas façam enormes avanços na astronomia multi-mensageiro”.
Sistema desenvolvido pela ESA/NASA vai orbitar o Sol atrás da Terra
De acordo com o site do projeto, LISA consiste em três naves espaciais que são separadas por milhões de quilômetros de distância, formando um sistema triangular de retransmissão de dados maior do que a Terra. Esse complexo de observatórios orbitará o Sol a dezenas de milhões de quilômetros atrás do nosso planeta, mais de cem vezes a distância até a Lua.
A comunicação entre esses observatórios se dará por raios laser, para frente e para trás, e os sinais são combinados para procurar assinaturas de ondas gravitacionais que vêm de distorções do espaço-tempo.
LISA observará ondas gravitacionais em uma faixa de frequência mais baixa do que as detectáveis pelo LIGO (sigla em inglês para Observatório de Ondas Gravitacionais por Interferômetro Laser), possibilitando a observação de sistemas muito maiores em momentos anteriores na história do universo.
O hardware da LISA teve seu primeiro e bem sucedido teste no espaço com a missão LISA Pathfinder (LPF), liderada pela ESA com a participação da NASA. A missão demonstrou que é possível colocar e manter massas de teste em queda livre a um nível surpreendente de precisão e que a metrologia requintada necessária para LISA atende aos requisitos.
“Precisamos de um detector gigante maior que o tamanho da Terra para capturar ondas gravitacionais de buracos negros em órbita milhões de vezes mais massivos que o nosso Sol”, diz a apresentação da missão, que deve ser lançada em 2034.
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Fonte: Olhar Digital
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