No domingo (8), Elon Musk publicou no Twitter uma nota que, segundo ele, teria sido enviada aos veículos de imprensa da Rússia por Dmitry Rogozin, chefe da agência espacial russa Roscosmos.
Compartilhada pelo CEO da SpaceX no idioma original e também traduzida para o inglês, a nota diz que equipamentos do sistema de internet via satélite Starlink haviam sido entregues aos fuzileiros navais ucranianos e “militantes do batalhão nazista Azov” pelos militares dos EUA.
“Elon Musk, portanto, está envolvido no fornecimento das forças fascistas na Ucrânia com equipamento de comunicação militar. E por isso, Elon, você será responsabilizado como um adulto – não importa o quanto você seja um tolo”, diz um trecho do texto.
Para Musk, isso soou como uma ameaça. “Se eu morrer sob circunstâncias misteriosas, foi bom ter conhecido vocês”.
Uma “brincadeira” um tanto inoportuna para o Dia das Mães. “Isso não tem graça”, tuitou Maye Musk, mãe do excêntrico trilionário, junto com dois emojis de rosto raivoso. O empresário respondeu: “Desculpe! Eu vou fazer o meu melhor para permanecer vivo”.
Rogozin tem longo histórico de rusgas com Elon Musk e os EUA no Twitter
Rogozin tem o hábito de fazer comentários tempestuosos e repetidamente atacar a comunidade internacional ao longo dos anos. Recentemente, ele trocou farpas com o ex-astronauta da NASA, Scott Kelly, que tem tuitado frequentemente sobre a invasão da Ucrânia, mirando especificamente na Roscosmos e em seu líder.
Ele também chegou ao ponto de aparentemente ameaçar os EUA e outros países com a queda da Estação Espacial Internacional (ISS). “Se você bloquear a cooperação conosco, quem salvará a ISS de desordenar e cair nos Estados Unidos ou na Europa? Há também a opção de cair uma estrutura de 500 toneladas na Índia e na China. Quer ameaçá-los com essa perspectiva? A ISS não sobrevoa a Rússia, então todos os riscos são seus. Você está pronto para eles?”, escreveu ele em seu perfil no Twitter, agora restrito apenas para seguidores.
Rogozin sugeriu, na época, que os países planejassem melhor a imposição de sanções. “Para evitar que suas sanções caiam sobre sua cabeça. E não só em um sentido figurativo”.
Quando o último ônibus espacial foi aposentado, em 2011, os EUA perderam a capacidade de enviar astronautas ao espaço. Durante os anos seguintes, até o lançamento da missão Demo-2 da SpaceX em 30 de maio de 2020, o país dependeu de foguetes russos para chegar à ISS.
Em 2014, quando a Rússia também foi alvo de sanções aplicadas pelos EUA em razão da crise com a Ucrânia, Rogozin foi irônico em relação a essa dependência. “Depois de analisar as sanções contra nossa indústria espacial, sugiro aos EUA que levem seus astronautas à Estação Espacial Internacional usando um trampolim”
Logo após a decolagem da missão Demo-2, Musk alfinetou o líder da Roscosmos: “O trampolim está funcionando!”
Em relação ao envio dos kits Starlink à Ucrânia, a SpaceX, Musk e a Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional já mandaram mais de 5 mil terminais para a nação invadida pela Rússia, no intuito de ajudar o país a manter algumas de suas infraestruturas de comunicação durante a guerra.
Fonte: Olhar Digital
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