Uma pesquisa publicada pela revista Scientific Reports apontou que um peptídeo – molécula derivada de uma proteína – desenvolvida por cientistas brasileiros foi capaz de combater o câncer de pele em modelo animal. O peptídeo Rb4 se torna um agente promissor para o tratamento de tumores resistentes a drogas.
Durante a pesquisa, foi possível notar que o Rb4 desencadeia necrose nas células de melanoma murinas (de camundongos). Pode-se perceber que o composto inibiu a viabilidade de linhagens celulares do câncer humano, deste modo, as células tumorais ficam dilatadas.
“Fazemos ciência básica em busca de novas moléculas. Neste estudo, o Rb4, que deriva de proteína proteolipídica 2 [PLP2], apresentou preferência por causar um tipo específico de morte celular, a necrose, especialmente em melanoma. Mas não está claro como essa necrose ocorre e se desenvolve. O artigo dá alguns indícios da composição morfológica e dos efeitos finais do contato com o peptídeo”, contou um dos autores do estudo, Fabrício Castro Machado, à Agência FAPESP.
Nos animais, a substância reduziu a metástase pulmonar e retardou o crescimento do melanoma subcutâneo. Com isso é possível notar que o Rb4 atua diretamento no tumor, induzindo a expressão de dois padrões moleculares associados ao dano, chamados DAMPs, que desencadeiam um efeito imunoestimulador durante a morte celular de melanoma.
Durante os testes, os pesquisadores descobriram que o peptídeo foi capaz de interferir na morfologia, replicação e associação do melanoma. O Rb4 foi capaz de impedir que as células tumorais se replicassem e formassem conglomerados.
O Rb4 também reduziu o número de nódulos metastáticos pulmonares no modelo de melanoma singênico (animais gêmeos). Quando comparados ao grupo controle, os animais tratados com Rb4 teve uma sobrevida de mais de 25% em até 10 dias.
Os animais testados receberam tratamento de cinco injeções do peptídeo (300 microgramas/por animal) em dias alternados, o que atrasou o crescimento do câncer de pele em até 40 dias.
Fonte: Olhar Digital
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