No mês passado, o Olhar Digital divulgou que o módulo de pouso InSight, da NASA, havia detectado os dois maiores “martemotos” da história das observações do Planeta Vermelho, ambos ocorridos em 2021. No entanto, eles foram superados por um novo tremor de terra, registrado pela sonda que estuda Marte em maio deste ano.
Enquanto os eventos anteriores atingiram as magnitudes de 4,2 (em agosto) e 4,1 (em setembro), o novo abalo sísmico alcançou a escala 5 de intensidade, o que representa o mais forte já observado não só em Marte como em qualquer outro lugar além da Terra, de acordo com o site Space.com.
“A equipe e os parceiros da sonda NASA InSight acabaram de receber dados preliminares de Marte sobre o que se acredita ser a maior atividade sísmica já registrada em outro planeta!”, escreveu o administrador associado de ciência da agência, Thomas Zurbuchen, no Twitter. “Estimativa preliminar: evento de magnitude 5. Devemos ser pacientes enquanto as equipes analisam os dados”.
Para os padrões terrestres, um terremoto de magnitude 5 não seria grande coisa. Por aqui, tremores dessa intensidade ocorrem meio milhão de vezes por ano e raramente causam danos mais graves do que arremessar objetos das prateleiras ou rachar vidraças.
Pouco ainda se sabe sobre o terremoto recordista em Marte
Como Marte, no entanto, é tectonicamente muito mais calmo do que a Terra, martemotos de magnitude 5 são extremamente poderosos – e era isso que os idealizadores do módulo InSight esperavam ver quando lançaram a sonda.
“Desde que estabelecemos nosso sismômetro em dezembro de 2018, estamos esperando por algo grande”, disse Bruce Banerdt, principal investigador do InSight no Laboratório de Propulsão a Jato (JPL) da NASA, em um comunicado. “Este terremoto certamente fornecerá uma visão do planeta como nenhum outro”.
Segundo Banerdt, a equipe ainda sabe muito pouco sobre o tremor recordista e terá que analisar os dados para determinar sua localização e origem.
A sonda InSight desembarcou no Elysium Planitia, uma ampla planície que atravessa o equador do planeta, em 26 de novembro de 2018, sendo equipada com um sismômetro altamente sensível construído pelo Centro Nacional de Estudos Espaciais da França (CNES), a agência espacial do país.
O instrumento permite que geólogos observem remotamente o interior marciano, detectando e analisando ondas sísmicas que passam pelas camadas geológicas do planeta. Comparando o que veem por lá com o que sabem sobre o comportamento das ondas sísmicas na Terra, os cientistas podem determinar a profundidade e a composição da crosta, do manto e do núcleo de Marte.
Em seus quase 1,3 mil dias em Marte, o módulo de pouso InSight detectou 1.313 martemotos, o que significa mais de uma detecção por dia. A missão principal da sonda terminou oficialmente em 2020, mas a NASA resolveu estendê-la.
No entanto, o equipamento vem enfrentando problemas para captar energia solar suficiente para continuar suas operações. Por causa dos padrões climáticos sazonais, a quantidade de poeira no ar aumentou significativamente desde a chegada do módulo, obscurecendo o Sol.
Em janeiro, uma tempestade de poeira local colocou a sonda em modo de segurança e levantou preocupações sobre quanto tempo a missão poderia continuar. No último sábado (7), apenas alguns dias depois de sua nova descoberta, a espaçonave atingiu novamente níveis perigosamente baixos de energia.
Fonte: Olhar Digital
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