A erupção de um vulcão submarino em Tonga, localizado no Pacífico Sul, em janeiro desse ano, foi tão intensa que teve efeitos como ondas de choque atmosféricas e um tsunami. Meses depois, um estudo realizado pela Universidade da California revelou que a erupção vulcânica chegou ao espaço, na ionosfera, que é a camada atmosférica mais externa do planeta Terra.
Através da análise dos dados da Ionospheric Connection Explorer (ICON) da NASA, junto com os satélites Swarm, da Agência Espacial Europeia (ESA), o time de pesquisadores observou que logo nas primeiras horas após a explosão do vulcão submarino, começaram a aparecer ventos de alta velocidade de furacão e correntes elétricas.
De acordo com o físico Brian Harding, o vulcão Hunga Tonga-Hunga Ha’apai foi capaz de criar algo inesperado e grandioso, tido como um dos maiores distúrbios no espaço na era moderna: “Isso está nos permitindo testar a conexão mal compreendida entre a atmosfera inferior e o espaço”.
Por conta da força, a erupção vulcânica – que chegou ao espaço – lançou para cima uma espécie de nuvem de cinzas, junto com vapor d’água e poeira. Essa atividade desencadeou uma perturbação na pressão atmosférica e gerou ventos fortes, sendo que essas correntes de ar se deslocavam para as camadas atmosféricas cada vez mais altas e velozes.
A ICON também constatou que quando os ventos alcançaram a ionosfera, tinham uma velocidade aproximada de 724 km/h, ou seja, os mais fortes já registrados a uma altitude abaixo de 193 km, tendo afetado as correntes elétricas da ionosfera. A corrente elétrica que flui para o leste foi impulsionada pelos ventos na parte mais baixa da atmosfera e após a erupção, atingiu uma potência cinco vezes maior do que o norma, mudando a direção para oeste.
Para a física Joanne Wu, esse impacto no espaço por uma erupção vulcânica só foi visto em tempestades geomagnéticas, quando as partículas e radiação do Sol afetam o clima espacial. Agora, a NASA planeja a missão Geospace Dynamics Constellation (GDC), com objetivo de compreender melhor os eventos que afetam a atmosfera, tanto que o projeto contará com uma frota de pequenos satélites e sensores climáticos baseados em solo para conseguir acompanhar as correntes elétricas e também os ventos atmosféricos da ionosfera.
Fonte: NASA
Fonte: Olhar Digital
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