Num mundo em que as soluções tecnológicas dominam praticamente todos os setores da sociedade, é sempre interessante conhecer a linguagem por trás delas. No caso, são os diferentes códigos que formam a estrutura de qualquer aplicação. É por meio deles que as funções são idealizadas e programadas, permitindo resolver os problemas reais de empresas e pessoas. A questão é que essas ferramentas estão cada vez mais complexas, exigindo que o desenvolvedor escreva linhas e linhas para chegar ao resultado esperado. Assim, em vez de agilizar, essa situação burocratiza a busca por inovação. Para impedir isso, o conceito de low-code ganha espaço e se torna imprescindível atualmente.
Antes de entender esse movimento, primeiro é preciso entender como uma plataforma desse tipo funciona. A redução dos códigos é possível porque permite o desenvolvimento visual com uma interface gráfica e utiliza uma série de componentes prontos. Basta arrastar e soltar na tela para fazer o “encaixe”. Estima-se que em um projeto de desenvolvimento de software na Mendix, referência global em low-code, a necessidade de codificação seja de apenas 3% a 5% – tanto para modificar algo já pronto ou para criar um componente do zero. Ou seja, com a utilização de plataformas que diminuem a escrita dos códigos, há redução significativa no tempo de lançamento de uma aplicação e na quantidade de recursos necessários para desenvolvê-lo.
Agora que sabemos como esse conceito atua, é necessário entender por que ele se desenvolve. A razão é bem simples: o crescimento exponencial na demanda de empresas e clientes por inovação, experiências digitais e aplicativos de softwares que entregam diferentes funcionalidades. Então, para atender a esse mercado sedento na velocidade que o negócio espera, é preciso ganhar tempo sem prejudicar a eficiência – que é justamente o que o low-code propõe. Caso contrário, a empresa fica para trás e é literalmente engolida pelos concorrentes. Em suma: as áreas de TI precisam mudar a forma como criam novos aplicativos para as organizações.
Evidentemente, toda mudança gera resistência. O desenvolvedor gosta de ter o controle sobre o código gerado. Assim, quando ele utiliza uma plataforma que abstrai justamente o código e utiliza componentes prontos com um desenvolvimento visual, isso traz uma série de dúvidas e questionamentos para o profissional. Se a plataforma cuida de todo o desenvolvimento tecnológico, será que o código é tão bom quanto o criado manualmente?
Nesse sentido, o primeiro passo é quebrar os “pré-conceitos” e mostrar que, sim, esse código gerado por uma plataforma low-code é tão robusto quanto o que é escrito por um desenvolvedor. Dessa forma, a pessoa não precisa se preocupar com os aspectos tecnológicos e pode exercer uma atuação mais consultiva. Além disso, é necessário desmistificar a ideia de que low-code só é destinado a coisas pequenas. Na verdade, não há barreiras ou limites para essa proposta.
Portanto, antes de implementar o low-code na empresa, é necessário seguir algumas recomendações. Primeiro, claro, compreender o que é essa tecnologia, com todas as particularidades já citadas. Também é preciso entender bem o que se quer com essa plataforma, ou seja, o que vai ser desenvolvido, o público-alvo, os canais, entre outras coisas.
O cenário interno, que envolve demandas, capacidade de entrega, metas do negócio e dos clientes, influencia na escolha da melhor solução. E não se esqueça da disponibilidade para aprender e desenvolver na plataforma low-code. Com isso, é possível acelerar a criação de aplicações (até dez vezes mais rápido), reduzir os recursos necessários (até 70%) e promover maior sinergia entre as áreas e o time de TI.
Em um cenário de aceleração digital, o mantra para os profissionais de tecnologia é conseguir mais, com menos. Isso significa que o desenvolvimento de soluções inovadoras precisa acontecer num ritmo cada vez mais rápido e com promessa de entregar sempre os melhores resultados. Assim, perder tempo escrevendo códigos complexos quando seria possível utilizar modelos prontos está totalmente fora de cogitação. O low-code se consolida para entregar a qualidade e velocidade necessárias nos projetos do futuro – estejam as empresas prontas para isso ou não.
*Tiago Farias é co-CEO da TrueChange
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Fonte: Olhar Digital
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