Um recurso introduzido no iOS há poucos anos fez surgir uma nova categoria de aplicativos que passou a conquistar jovens nos últimos meses. Serviços como Locket e LiveIn exibem fotos de contatos nos widgets da tela inicial do celular e se tornaram uma nova forma de interação da geração Z na internet.
Locket e LiveIn não são exclusivos para iPhone – estão disponíveis também no Android – mas, especialmente nos Estados Unidos, eles se tornaram febre entre usuários de dispositivos iOS. Esses apps só se tornaram possíveis em 2020, quando o recurso de widgets foi incluído no sistema operacional da Apple. No Android, a funcionalidade existe há mais de uma década.
O funcionamento desses apps é bem simples. Para enviar uma foto, você abre o aplicativo, tira uma foto e escolhe com quem compartilhar. E, para ver o que os outros enviaram, é só ativar o widget na tela inicial do celular e, assim, conseguir acompanhar atualização de amigos sem precisar enfrentar anúncios e outras distrações de uma rede social convencional.
“É mais ou menos o que você faz no Snapchat, mas sem precisar abrir um app”, explicou Jimmy Wells, um usuário do LiveIn que mora nos Estados Unidos.
TikTok dita sucesso de apps de widgets
Como não poderia ser diferente ao falar da geração Z, o TikTok é a origem de tudo. No caso, conteúdo viralizado no TikTok que fala sobre o uso de apps do tipo faz com que os aplicativos disparem em downloads. O Locket e o LiveIn reconhecem o poder da rede social para o sucesso dos serviços.
Ao Wall Street Journal, o criador do Locket, Matt Moss, diz que se beneficiou do “efeito TikTok” após o lançamento do app em janeiro. O serviço, explicou Moss, foi criado como um presente para a sua namorada: uma maneira do casal compartilhar momentos da vida de forma mais íntima, com as imagens aparecendo diretamente na tela inicial do smartphone. O vídeo no TikTok contando a história viralizou e o Locket foi baixado 6,2 milhões de vezes em janeiro, atingindo 15 milhões de downloads no fim de abril, de acordo com dados da empresa de métricas Sensor Tower.
Um dos concorrentes é o LiveIn. Lançado em fevereiro, ele permite compartilhar imagens com grupos pequenos de amigos e, como diferencial em relação ao Locket, oferece a possibilidade de desenhar e escrever nas imagens antes de enviá-las. Até o fim de abril, o app tinha 2,9 milhões de downloads, segundo dados da Sensor Tower.
Como as redes sociais deveriam ser
A ideia de compartilhar conteúdo com grupos mais restritos de amigos é algo que vem sendo explorado por pequenas startups e até gigantes do Vale do Silício. O HalloApp, criado por antigos funcionários do Facebook e WhatsApp, oferece interação para pequenos círculos de amigos. O Instagram, por sua vez, incentiva grandes usuários a criarem contas secundárias e, assim, compartilhar conteúdo pessoal para grupos restritos.
Mas pesquisadores entrevistados pelo Wall Street Journal acreditam que os aplicativos de widgets oferecem características próprias que podem fazer a diferença. “Quando você está em um desses apps, não tem nada de influenciadores, anúncios ou algoritmos”, explicou Andrew Selepak, coordenador de estudos de mídias sociais na Universidade da Flórida. “É mais ou menos o que as pessoas esperavam que as redes sociais seriam no começo”, concluiu.
Fonte: Wall Street Journal
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Fonte: Olhar Digital
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