Uma pesquisa divulgada durante a conferência internacional American Thoracic Society (ATS) 2022 apontou que os fabricantes de cigarros eletrônicos descartáveis e recarregáveis estão utilizando níveis potencialmente perigosos das substâncias de resfriamento sintético WS-3 e WS-23.
As substâncias WS-3 e WS-23 são regulamentadas pela Food and Drug Administration (FDA), agência reguladora dos Estados Unidos, mas como aditivos alimentares, não para a inalação. “Os fabricantes de cigarros eletrônicos estão ‘voando às cegas’ ao adicionar esses produtos químicos”, dizem os responsáveis pelo estudo.
Os cigarros eletrônicos de menta são muito famosos por seu efeito de resfriamento, como se fosse uma refrescância. Por este motivo, os fabricantes estão investindo em agentes de resfriamento sintéticos para causar a mesma sensação em outros sabores.
Os pesquisadores se concentraram nos produtos oferecidos pela Puff Bar, a marca mais popular dos Estados Unidos. A marca produz dispositivos descartáveis para evitar a regulamentação da FDA.
Durante o estudo, os pesquisadores analisaram qual a margem de exposição (MOE) dos cigarros eletrônicos. Um MOE de 100 significa que a exposição dos usuários é 100 vezes menor do que os níveis comprovados de causar efeitos tóxicos nos órgãos dos animais.
Os cientistas identificaram um MOE inferior a 100 em diversos cigarros eletrônicos descartáveis, mesmo aqueles que não possuem saborização de menta ou mentol, como sabor de frutas e doces.
“Quando o MOE está abaixo de 100, reguladores como o FDA ou a Organização Mundial da Saúde devem revisar a segurança do produto e aconselhar os fabricantes sobre as etapas para tornar o produto seguro para uso”, disse o autor do estudo, Sven Jordt.
“Nossas medições e cálculos demonstram que os usuários de cigarros eletrônicos inalam WS-3 e WS-23 em níveis superiores aos considerados seguros pela OMS, com potencial para causar toxicidade em órgãos”, afirmou.
Via: Medical Xpress
Fonte: Olhar Digital
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