Governadores e candidatos presentes avaliam que a postulação do ex-governador de SP não ter forças nos Estados brasileiros; um novo encontro deve acontecer nas próximas horas
A Reunião da Executiva Nacional do PSDB acabou na noite desta terça-feira, 17, com o indicativo de um novo encontro partidário, dessa vez com a presença do pré-candidato à Presidência da República João Doria (PSDB). O objetivo será demover o ex-governador de São Paulo da ideia de seguir com a sua postulação — o gestor paulista, além de não decolar nas pesquisas de intenção de votos, conta com o segundo maior índice de rejeição junto ao eleitorado. Na reunião desta terça-feira, a Executiva iria deliberar sobre a pesquisas eleitorais quantitativas e qualitativas para a definição do pré-candidato da terceira via. O levantamento seria realizado para avaliar a competitividade de Doria e da senadora Simone Tebet, presidenciável do MDB. Os critérios escolhidos foram vistos por aliados do ex-gestor paulista como uma forma de tirá-lo da jogada.
Foi essa a conclusão que a Executiva teve nesta terça. Segundo o deputado federal Aécio Neves (PSDB), governadores e candidatos a governador afirmaram que a candidatura de Doria “atrapalha” os Estados. Apesar de concordarem que a postulação de Doria é inviável, os presentes aceitaram o argumento do mineiro de que o ex-governador deveria ouvir diretamente dos seus correligionários que seu nome não é a melhor opção para o partido. “Me incomoda um pouco que a decisão seja tomada sem que o candidato ouça diretamente dos seus companheiros essa realidade. Não é demérito nenhum você não conseguir consolidar ou construir uma candidatura, quantos viveram esse processo? Acho que as palavras muito claras, sobretudo dos candidatos a governador e de parlamentares aqui hoje no sentido de que, dado esse tempo, a candidatura de João Doria não se mostrou viável”, afirmou Neves em frente a um quadro com os dizeres: “O Brasil tem jeito. O jeito é Doria”.
O parlamentar, que nunca defendeu Doria e se mobilizou a favor do ex-governador do Rio Grande do Sul Eduardo Leite durante as prévias, retomou um episódio de 1984 para mostrar ao paulista a grandiosidade de se abrir mão de uma candidatura natimorta. “Isso tem que ser dito para ele para que possa fazer um gesto ‘a lá’ Franco Montoro, que procurado para o Tancredo [Neves] em 1984 para ser o candidato daquele conjunto de forças politicas na busca pela redemocratização do país, disse não, que o candidato naquele momento tinha que ser o Tancredo que era quem tinha melhores condições de vencer”, citou Neves. Em seguida, o tucano disse que São Paulo sempre deu exemplos de “grandeza política”, e que é isso que ele espera de Doria. “Se a candidatura se mostra inviável, que possa o próprio candidato fazer uma reavaliação e, quem sabe, permitir ao PSDB continuar apresentando ao Brasil um projeto viável.”
Uma nova reunião deve ser realizada nas próximas horas ou dias com a presença de Doria. De acordo com Neves, o encontro deve contar com a presença de governadores e de candidatos a governador “para que cada um possa dizer ao candidato João Doria as consequências da manutenção da sua candidatura”. Durante o período, Bruno Araújo manterá o diálogo com o MDB, mas não avançará com a realização da pesquisa sem ouvir Doria. “Ele terá duas alternativas: o gesto da grandeza política ou permanecer nesse enfrentamento e, obviamente, assumindo as responsabilidades”, apontou o ex-governador de Minas. “O que nós ouvimos é que a candidatura dele atrapalha nos Estados”, reforçou. “Maior do que o seu projeto presidencial, é o interesse do partido. E maior do que o do partido, do Brasil, que precisa do PSDB com uma candidatura colocada e competitiva”, finalizou.
Fonte: Jovem Pan News
Comentários