Toque de bola, muita técnica e pouca intensidade e objetividade. Normalmente é essa a visão que persegue os trabalhos de Fernando Diniz. Nem sempre é uma avaliação fidedigna. No Fluminense, o técnico aposta na força de seus volantes em busca de resultados, com a meta do momento a vitória sobre o Unión Santa Fé, na Argentina, para manter as esperanças na Copa Sul-Americana.
O torneio continental é uma das prioridades do Fluminense na temporada, depois da queda traumática na fase preliminar da Copa Libertadores. Com chances remotas no Brasileirão por conta da forte concorrência, e com disputa sempre acirrada na Copa do Brasil, era na Sul-Americana em que o Flu aparecia como uma das maiores forças. Mas o fato de apenas um clube avançar por grupo tornou a classificação complicada após derrota para o Junior Barranquilla, fora de casa, em um resultado que poderia ser considerado normal em outras circunstâncias.
Nesta quinta-feira, o Fluminense precisa vencer a qualquer custo para levar a disputa pela vaga para a última rodada. De qualquer maneira, vai depender sempre do resultado do Junior Barranquilla. Um empate hoje torna a missão apenas matematicamente possível. A derrota é eliminação confirmada.
Com este cenário, Fernando Diniz vai levar o que tem de melhor a sua disposição. E há quem possa estranhar a quantidade de “volantes” no time.
Explorando os volantes
Fernando Diniz é adepto de um futebol de toque de bola, com linhas altas, propondo o jogo e buscando sempre o ataque (embora com críticas frequentes pela falta de objetividade ao longo de sua carreira). A proposta pode indicar pouco espaço para a utilização de volantes… Mas no Fluminense não tem sido assim.
A escalação prevista para enfrentar o Unión tem quatro nomes acostumados a assumir a “volância”. Dois deles primeiro volantes de origem e com pouca experiência em funções mais ofensivas: André e Wellington. Yago Felipe, geralmente segundo homem no meio-campo, um jogador de “área a área”, deve ser deslocado mais uma vez para a lateral direita. Meia criativo de origem, mas com sua melhor fase no Atlético Mineiro justamente como segundo homem de meio-campo, Nathan completa o meio-campo tricolor, com Ganso provavelmente com mais liberdade ofensiva, embora já também tenha desempenhado papel mais recuado no Fluminense.
Diniz justificou a utilização do esquema com André e Wellington pela boa fase da dupla. Yago Felipe é outra peça importante do elenco nos últimos dois anos, e seria difícil o retirar da equipe. Além disso, o elenco conta com Felipe Melo, contratado para ser titular.
A aposta em um meio-campo recheado de volantes também tem outra justificativa fácil de entender: fora Wellington, que tem surpreendido pela forma técnica, todos os nomes do setor são jogadores de técnica apurada, apesar de acostumados a funções defensivas, ou a desempenhar mais de uma função no meio.
A dificuldade criativa no setor ofensivo pode ser um efeito colateral, que Fernando Diniz espera resolver com o retorno de Ganso. Mas a equipe certamente ganha em intensidade, importante também para o estilo defendido por Diniz. Até o momento, o técnico tem conseguido colher bom frutos. Conseguirá reverter a situação na Copa Sul-Americana com essa abordagem?
Fonte: Ogol
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