Após dois anos e meio de atrasos, a cápsula Starliner, da Boeing atracou com sucesso na Estação Espacial Internacional (ISS) na sexta-feira (20). Foi um marco importante para uma empresa que, pelo menos nos planos originais, luta para alcançar a SpaceX. E a Boeing decidiu que celebraria a missão bem-sucedida de uma forma diferente.
Quando a tripulação da ISS abriu a escotilha do Starliner, encontrou uma surpresa dentro da espaçonave. Flutuando ao lado do manequim de teste, estava um brinquedo de pelúcia representando Jebediah Kerman, um dos quatro “Kerbonautas” originais apresentados no Programa Espacial Kerbal (KSP).
Jeb, como o personagem é mais conhecido, serviu como indicador zero-g do voo. O cosmonauta russo Yuri Gagarin levou uma pequena boneca com ele no primeiro voo espacial humano, em 1961. Desde então, tornou-se uma tradição para a maioria das tripulações espaciais carregar brinquedos de pelúcia com eles.
A Boeing manteve a presença de Jeb no OFT-2 em segredo até que a espaçonave atracou na Estação Espacial Internacional. Um porta-voz da empresa disse à collectSPACE que a equipe de engenharia da Starliner escolheu o mascote em parte por causa das lições de ciência, tecnologia, engenharia e matemática que o KSP tem para ensinar. Jeb passará os próximos dias com a tripulação da ISS antes de ser colocado de volta na espaçonave para a viagem de volta à Terra.
Chegada da Starliner à Estação Espacial Internacional
A cápsula Starliner, da Boeing, chegou à Estação Espacial Internacional (ISS) na sexta-feira (20), pouco mais de 24 horas depois do lançamento. A espaçonave permanecerá ancorada com o complexo orbital por quatro ou cinco dias, depois voltará à Terra para um pouso de paraquedas no Novo México.
O acoplamento com o laboratório orbital, que estava programado para às 20h10 (pelo horário de Brasília), acabou acontecendo às 21h28. Isso porque, pouco antes das 18h50, quando a espaçonave estava a 180 metros de distância da ISS, os controladores avaliaram os dados de rastreamento e desempenho da cápsula e acreditaram que ela estaria em uma posição inadequada, precisando fazer uma manobra de recuo. Segundo a Boeing, isso foi oportuno para demonstrar a capacidade de controle de manobra da espaçonave.
“Depois de chegar dentro de 180 metros de ISS, a Starliner realizou um recuo automático de 200 metros. A cápsula mostrou sua capacidade de se afastar da estação de forma controlada e oportuna e se manter em um local esperado”, diz o tweet da Boeing.
Às 20h08, a Boeing comunicou que a cápsula estava a 10 metros de distância do complexo orbital, e que a equipe faria uma reunião para “garantir que ambas as naves estão preparadas para a aproximação final”.
Às 20h52, depois de informarem uma nova previsão para às 21h01, os controladores relataram “um pequeno problema” com o sistema de acoplamento, o que adiou ainda mais o processo. Segundo a NASA, foi necessário retirar o anel de acoplamento da Starliner e redefini-lo para entender o problema.
A cápsula Starliner, da Boeing, foi lançada na noite desta quinta-feira (19), no topo de um foguete Atlas V, da United Launch Alliance (ULA), a partir do Complexo de Lançamento-41, uma plataforma da Estação da Força Espacial dos EUA, em Cabo Canaveral, na Flórida.
Starliner enfrentou problemas no processo de inserção orbital
O lançamento aconteceu no horário previsto, às 19h54 (horário de Brasília), dando início ao Teste de Voo Orbital-2 (OFT-2), uma missão crucial para provar a capacidade da espaçonave.
A Starliner se separou do estágio superior do foguete pouco menos de 15 minutos depois do lançamento. Após 16 minutos, a cápsula iniciou o processo de inserção orbital.
Durante esse momento, dois dos propulsores da Starliner não dispararam como esperado. O primeiro falhou depois de apenas um segundo. Seu backup imediatamente foi acionado, mas também apresentou falha, após 25 segundos. Isso ativou um backup terciário do grupo de propulsores, e a cápsula foi capaz de completar a queimadura crucial sem incidentes.
A espaçonave da Boeing é equipada com quatro desses grupos de propulsores em sua seção de popa, referida na nomenclatura da indústria como “doghouses”, cada um contendo três motores de manobra orbital e controle de atitude (OMAC), que são usados para realizar queimaduras de manobra significativas como as que alcançam a inserção orbital. Os dois propulsores OMAC que não funcionaram, e o terceiro que entrou para compensar, estavam todos na mesma doghouse na popa da Starliner, segundo representantes da Boeing.
“Temos uma boa queima de inserção orbital”, disse Josh Barrett, assessor de comunicação da Boeing, durante o webcast da Nasa TV sobre o lançamento de hoje, após superados esses percalços. “A Starliner está em uma órbita circular estável, a caminho da Estação Espacial Internacional (ISS)”.
Fonte: Olhar Digital
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