Após a apresentação do projeto do novo Scenic Vision há alguns dias, o CEO da Renault compartilhou algumas de suas impressões sobre o uso do hidrogênio na propulsão dos veículos. Basicamente, Luca de Meo mostra muita cautela com relação às aplicações nesse sentido tão já.

O assunto foi levantado tendo em vista que o Scenic Vision (que também ilustra nossa imagem de destaque) foi apresentado como um SUV elétrico com célula de combustível de hidrogênio, mas para o médio prazo. A Renault disse que essa configuração é uma “visão mais ampla” da linha e não estará disponível comercialmente antes de 2030 — uma versão totalmente elétrica do carro chegará ao mercado em 2024.

Custos aceitáveis do hidrogênio

Um veículo de célula de combustível tem um motor elétrico alimentado por eletricidade produzida através do hidrogênio, aumentando o alcance da bateria. E Luca de Meo diz que o hidrogênio tem seu papel. “Teremos um veículo comercial à venda usando essa tecnologia este ano e trabalharemos com parceiros de negócios para apresentá-lo” (trata-se do furgão Renault Master movido a hidrogênio que foi construído em colaboração com a Plug Power sob o placa de identificação Hyvia).

“Mas em carros? Sinceramente, quem sabe? O desafio é tornar os custos aceitáveis ​​para os clientes e instalar uma rede de carregamento. Ainda há debates sobre como tornar a rede de carregamento elétrico boa o suficiente”, explica o CEO da Renault, mostrando estar cético sobre a aplicação do hidrogênio no curto prazo.

Para a próxima década, o esperado é ter o hidrogênio mais presente no mercado automotivo. Como explica a montadora francesa, “em 2030 e além, quando a rede de estações de hidrogênio for grande o suficiente, você poderá dirigir até 800 km [com o Scenic Vision] sem parar para carregar a bateria”. O SUV com motor elétrico de 215 cv e bateria de 40 kWh será equipado com uma célula de combustível de 15 kW.