O Olhar Digital conversou com Renato Citrini, gerente de marketing de smartphones e tablets da Samsung Brasil sobre o lançamento dos novos Galaxy M no Brasil, o motivo pelo qual a nova geração é mais focada em câmeras do que na capacidade da bateria.

Qual a expectativa para a chegada dos novos modelos de Galaxy M no Brasil? Vocês vão continuar vendendo os modelos antigos para o consumidor ter uma opção mais acessível?

A gente trouxe a linha M para o Brasil desde 2019. Já tem um certo tempo que a gente está com ela no mercado, e ela é extremamente focada. Ela é somente vendida online, e para o consumidor, e quando a gente falava isso em 2019 era até um pouco estranho, as pessoas comprando um smartphone online, um produto com um valor mais elevado. 

Renato Citrini, gerente sênior de produto da divisão de dispositivos móveis da Samsung
Renato Citrini, gerente sênior de produto da divisão de dispositivos móveis da Samsung / Divulgação: Samsung

Aí veio a pandemia, e todo mundo passou a comprar de ovo a automóvel online, ou seja, o mundo mudou essa chave. É claro que a gente não tinha uma visão de pandemia, mas uma visão assim desse consumidor online, desse cara que busca mais, é mais comparativo, ele busca mais performance, ele valoriza mais aquilo que ele tá recebendo em troca. 

E aí em termos de de funcionalidade, em termos de especificação, não é? Então a gente tem uma família M com especificações mais robustas, não é? A gente tá trazendo a primeira vez câmera de 108 MP, lá atrás a gente fala muito das baterias, as baterias eram maiores.

Então quando a gente pensa nessa linha M a gente está buscando esse consumidor, e hoje a gente abriu esse leque. As pessoas realmente apostaram mais, tiveram que comprar online e agora estão mais acostumados. Estão mais adquirindo mais produção online, o mundo online ganhou mais força com essa questão do distanciamento social. 

A gente tem uma excelente expectativa com esses modelos novos Galaxy M23 e M53. Eles fazem uma substituição dos modelos anteriores, então o M52 e o M62 vão sendo substituídos pelo M53, e a mesma coisa com o M22, que será trocado pelo M23. É claro que por um tempo ainda você vai ter os modelos antigos em algumas lojas. As lojas online ainda tem estoque dos produtos anteriores, mas essa transição a gente vai executar. Então saem os anteriores e entram esses novos. 

Essa é a quarta geração da linha Galaxy M. Você disse que antes o foco era mais na bateria, e nesses novos modelos, é mais na câmera. O que vocês aprenderam com essa linha? 

Galaxy M53 5G
Galaxy M53 5G / Divulgação: Samsung

O que a gente entende muito desse consumidor online é essa questão de ser comparativo. No online, o consumidor está a um clique de ir para outro site, tanto de loja quanto de fabricante. Além disso, ele consegue rapidamente em sites como o seu, sites que fazem reviews, não é? 

Então a gente entrega essa linha M para esse consumidor muito mais antenado nessas características. Quando a gente olha um consumidor de linha A, é claro que ela também vende online, ele também pode comparar, mas ele é um cara um pouco mais tradicional, um pouco mais conservador, que gosta de ir na loja ver como é o produto, como é o design, se é fino ou não. 

O consumidor da linha M, ele é muito mais comparativo, ele vai muito comparar mais. Então é por isso que a trouxe sempre o item de performance primeiro, esse cara está buscando um aparelho que realmente vai resolver a vida dele. 

É claro que a gente está falando aqui no nível intermediário. A gente não está falando de um top de linha, não é? Mas, mesmo assim, na hora que a gente olha, algumas especificações do M53 eram coisas que a gente tinha nas linhas S e nas linhas Z, e que agora a gente traz também para a linha M. Isso é o que que a gente chama de democratização, trazer essas essas tecnologias em pontos de preço mais acessíveis para o consumidor. 

Então, é para esse consumidor que exige um pouco mais de performance, ele vai no detalhe da especificação, e aí, isso meio que muda. Uma especificação que antes era maior com a bateria, agora é mais focada na câmera. Hoje a gente vê muito isso, a preocupação com performance, um produto que seja fluido, que tenha bastante memória interna, que seja 5G.

A gente abriu o evento falando do nosso super portfólio 5G, com mais de 20 aparelhos já lançados aqui no Brasil com 5g. Então é esse tipo de consumidor um pouco mais ligado em especificação, na parte mais de performance, na parte mais técnica, que a gente está buscando com a linha M.

Na nova linha Galaxy M não existem mais versões 4G, não é? É tudo 5G, mesmo no mercado global. Vocês acreditam que esse é o caminho? 

Sim, são todos 5G. Vem uma fase aí, vamos chamar transição, a gente começou pelos flagships, o 5G veio no Note 20 primeiro no Brasil. Lá atrás, o primeiro produto 5G do mundo, o primeiro smartphone 5G foi o S10 5G. A gente não tinha nada, tinha pouca coisa de 5G aqui do Brasil, mas a partir do lançamento do Note 20, os nossos produtos flagships já eram 5G. 

Agora a gente vem trazendo para para outros modelos no portfólio de gama mais baixa, digamos intermediária, produtos da linha A, como o A32 e A33, e agora também chegando os M já compatíveis com as redes 5G.

Lá fora vocês têm o M33 também, que tem uma câmera a mais, uma macro. Qual foi o motivo para vocês não trazerem ele nesse momento, foi uma questão de preço ou posicionamento?

Por enquanto a gente está estudando. Inicialmente a gente traz os dois, inclusive até temos preços promocionais do lançamento, por enquanto achamos que esses dois vão atender nessas duas faixas de preço, ter um produto adicional ali no meio não traria muita diferenciação, então a gente trouxe os dois extremos, o M53 e o M23 deixando o M33 um pouco de lado por enquanto. 

Sobre a bateria, a gente sabe que o brasileiro gosta disso e a linha M tinha esse destaque. Por mais que 5000 mAh seja uma boa bateria, a linha tinha 6000 mAh e 7000 mAh. Será que o pessoal não vai reclamar?

Sobre a bateria, a gente sabe que o brasileiro gosta disso e a linha M tinha esse destaque. Por mais que 5000 mAh seja realmente uma ótima bateria, e poucas pessoas vão precisar mais que isso, tem aquela coisa de 6000 mAh, 7000 mAh que já foi o caso da linha M. Será que o pessoal não vai reclamar? 

Tem uma coisa interessante, é que as pessoas vão passando por um processo de educação, vão entendendo. Eu acho até difícil explicar o que é um miliampere/hora, o que que são 5000 ou 6000 mAh. Mas eu sempre faço uma analogia com o porta-mala de carro, não é? Porque eu não sei o tamanho em litro do porta-mala do meu carro, mas eu sei o quanto cabe se eu for viajar com duas ou três pessoas, se for viajar cinco e a viagem for muito longa não vai dar. 

Então as pessoas sabem mais ou menos pelo perfil de uso, quanto dura aquela aquela bateria dele. Mas, o que muda com o passar dos anos é o motor desse meu carro, o processador, ele está evoluindo de uma maneira, e aí vamos mergulhar na técnica, a gente tem um processador de 6 nanômetros. Assim o próprio processador para funcionar ele já gasta menos energia, ele consome menos energia da bateria. 

Samsung Galaxy M23 5G e Galaxy M53 5G chegam ao Brasil com telas de 120Hz
Samsung Galaxy M23 5G e Galaxy M53 5G chegam ao Brasil com telas de 120Hz / Divulgação: Samsung

Além disso, tem toda a inteligência do software sendo trabalhada. Para entender que se a pessoa está com o smartphone parado em cima da mesa, ele entra no modo de economia de energia automaticamente. 

Antes você precisava clicar lá, colocar no modo de economia da energia, mas ele começa a ter inteligência de perceber que o giroscópio está parado, ele liga o modo para consumir o mínimo de energia possível. Quando a pessoa pego esse smartphone, na hora em que levanta o giroscópio já mexe e ele já manda o alerta. 

A partir daí, ele já começa a entregar a performance que eu preciso para desbloquear e começar a usar. O hardware consumindo menos energia e o software trabalhando para essa esse consumo de energia ser mais inteligente, estão esticando o mesmo valor de 5000 mAh, estão aumentando o tempo em que consigo usar o smartphone. 

A gente podia ter uma bateria de 6000 mAh que ia durar ainda mais só que aí a gente começa a comprometer o design, ele ia ficar um pouco mais gordinho, com mais capacidade essa bateria seria maior. Então a gente optou por trazer design da linha M no peso também, não é? Mais fininho e com peso menor, então fica mais interessante o produto.

Queria que você falasse sobre a câmera de 108 MP do M53. Como isso vai ser trabalhado aqui para o público brasileiro? 

É uma coisa interessante, essa história dos 108 MP, será que precisa tanto? Na hora de postar na rede social, eu não preciso desse exagero de megapixels, mas o que acontece, com uma resolução dessa você começa a ter o que a gente chama de um álbum de fotos dentro de outro. Consigo puxar um zoom. 

Assim, essa resolução maior faz com que eu consiga ter uma foto dentro dessa minha foto, uma fotinho menor, e mesmo assim ela ter uma resolução boa. Então a gente trabalha a qualidade, trabalha a experiência, de não só ter uma foto de 108 MP, mas ter essa capacidade de derivar outras fotos dela. 

E claro, como as pessoas exigem performance, porque não trazer uma performance de câmera boa também para os usuários da linha M. Então é isso que a gente está entregando com o M53. 

A decisão de vender a linha M só online desde seu lançamento em 2019 não gera algum tipo de ciúme dos parceiros e lojistas? 

Uma coisa interessante é que a gente tem vários tipos de parceiros. Tem parceiro que é só offline, outros que são só online. E tem um parceiro que tem os dois. O nosso portfólio tem diferentes soluções, a linha A atende perfeitamente. 

Quer um parceiro mais parceiro nosso que as nossas próprias lojas? As nossas próprias lojas físicas, elas não podem vender a linha M. Mas a gente sabe dessa situação e é claro que a gente tem um portfólio para atender as lojas físicas e as lojas online de maneira adequada ao mercado brasileiro. 

Se o cliente chegar na loja física da Samsung e o vendedor sentir que o modelo ideal para ele é da linha M, ele vai mandar pro site? 

Sim, ele vai indicar o nosso site.

A última pergunta provavelmente você não vai poder responder. No ano passado foi lançado o M62, um modelo com a já citada bateria de 7000 mAh. Existe algum plano para lançar um M63 esse ano? 

Não, por enquanto não temos planos de um novo modelo, a gente até falou aqui, que globalmente tem um M33 que não veio ao Brasil ainda, mas por enquanto não tem nenhuma novidade para ter um produto ali acima do M53 na linha M. 

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