Enquanto hoje a Inteligência Artificial dita às regras do mercado, na década de 80 a grande novidade era a máquina de escrever e os famosos cursos de datilografia. E foi em uma dessas escolas que a então aluna Adriana Moreira aprendeu não somente a arte do digitar, mas também uma recém linguagem que se apresentava: o Visual Basics. Foi tão dedicada que logo virou instrutora na escola e, ali, começou a sua trajetória rumo ao mundo da Tecnologia da Informação (TI).

A paixão pela matemática se aflorou e o ingresso na primeira turma de Ciências da Computação da Universidade Júlio de Mesquita Filho (Unesp) de Rio Claro (SP) foi o trampolim para uma carreira de sucesso. A presença feminina não ocupava nem 3% da turma, mas ela seguiu adiante e, hoje, é uma das coautoras do livro ‘Mulheres na Tecnologia’, que faz parte de uma série da editora Leader, que será lançado no dia 24 de junho, em São Paulo.  

Um mercado ‘machista’ 

A edição faz parte de uma série em que as mulheres são protagonistas em várias áreas do conhecimento. Nesse específico sobre tecnologia, a editora Andréia Roma reconhece que se trata de um setor predominantemente composto por homens, mas que vem tendo uma constante presença feminina, demonstrando que a diversidade pode contribuir para promover a otimização dos resultados das corporações. 

“A série teve início em 2018 e todas as obras têm como foco transformar histórias reais em autobiografias inoperacionais, cases e metodologias de mulheres que se diferenciam em suas áreas de atuação. Neste livro há espaço para as histórias inspiradoras de profissionais de destaque no setor que relata desde as suas origens até sua formação e o desenvolvimento de sua carreira. Se tecnologia parece um tema complicado, aqui você vai conhecer as mulheres que estão por trás dessa área, fazendo com que tenhamos uma vida mais conectada, tenhamos avanços que facilitem nosso dia a dia em diversos segmentos, na educação, na saúde, na mobilidade, na comunicação, etc”, revela a editora da série. 

Andreia Roma editora Leader
Andréia Roma é a editora dos livros que integram a série Mulheres, que explora várias áreas do conhecimento: uma produção da editora Leader. Imagem: Arquivo Pessoal

Com passagens por várias multinacionais e hoje sendo gestora de TI em uma empresa francesa, Adriana dividiu a carreira com um projeto ainda mais audacioso: ela é mãe de um casal de filhos e atuou a maior parte da vida em cidades distantes de onde mantém residência (São José dos Campos /SP). 

“Como gestora em TI, observei que temos que nos manter antenados em relação à evolução tecnológica. Portanto, parar de estudar é algo que nunca pode acontecer, temos que nos manter sempre atualizados, inclusive inovando nos desafios que se apresentam. Esse é um dos grandes desafios dessa profissão. Afinal, quando nos especializamos em alguma tecnologia, logo já surgem outras inovações. Assim, é impossível parar. Eu sempre fiz especializações e me mantenho nesse rumo para ser competitiva no mercado de trabalho e também dentro das empresas que atuei. Minha paixão pelos estudos me ajudou muito nesse processo de atualização constante, sendo preponderante para eu me recolocar quando o fantasma do desemprego se apresentava. Tanto é que sempre consegui excelentes oportunidades”, diz a especialista em TI. 

Adriana Moreira, gestora em TI
Adriana Moreira levou à sério a paixão pela Matemática e, hoje, é referência em TI no Brasil: ela é uma das coautoras do livro ‘Mulheres na Tecnologia’. Imagem: Arquivo Pessoal

Mercado promissor 

Mulheres na tecnologia é um livro escrito por várias coautoras bem-sucedidas e que, hoje, fazem a diferença no mercado de trabalho. 

São profissionais de análise de dados, ciências da computação, Data Protection Officer (DPO), engenheiras da computação, de telecomunicações, gestoras em TI, programadoras e técnicas em informática.  

Um livro instigante que certamente cativará a sua atenção, mesmo diante de uma realidade em que as plataformas digitais ‘teoricamente’ se apresentam como dominantes. 

“O livro no Brasil é tradicional, nós não perdemos e nem trocamos o livro físico pelo digital e eu acredito que vai demorar muito. O formato em papel é ótimo para absorver as informações, uma das vantagens do livro impresso está no prazer de senti-lo em todos os aspectos, com as mãos e com os olhos. Você tem contato direto com a capa, com a gramatura do papel, com cada palavra e isso faz a experiência da leitura se tornar mais gostosa e intensa a cada página virada”, menciona a editora da Leader. 

Segundo Andréia, o setor de tecnologia é um dos mais promissores na atualidade. De acordo com a Associação das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação e de Tecnologias Digitais (Brasscom), estima-se que a demanda da área de TI seja de 797 mil vagas no Brasil até 2025.   

“A sororidade é um dos pontos mais importantes no que tange a presença das mulheres em empresas de qualquer área, inclusive de tecnologia.

Quanto mais apoio tivermos pela igualdade de gênero nas profissões e no salário, mais fomentamos a movimentação feminina no mercado. É importante ressaltar que as mulheres buscam tanto quanto os homens estudar, ler e se atualizar para alcançar cargos de liderança. Daí a relevância de seguirmos apoiando e contratando mulheres”, revela. 

E vem mais livros por aí: 

“Mulheres que Transformam, Mulheres na Psicologia, Mulheres no Imobiliário, Mulheres Compliance na Prática, Mulheres no Direito Vol. II, Mulheres um Grito de Socorro, Mulheres no Conselho, Mulheres no Agronegócio, Mulheres no Direito, Mulheres na Liderança, Mulheres ESG e outros”, adianta a editora.  

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