O ator Milton Gonçalves morreu nesta segunda-feira (30), vítima de consequências de um AVC sofrido em 2020, então vale relembrar grandes momentos de sua carreira no cinema.

Apesar de ter se tornado mais conhecido por seus papéis na televisão, principalmente em novelas, Milton Gonçalves também deixou sua marca no cinema brasileiro. Ele iniciou sua carreira no teatro, partiu para pequenos papéis no cinema, começando com o filme de 1958 “O Grande Momento”, e só depois construiu a carreira na TV.

Em 2003, Milton Gonçalves recebeu uma homenagem do Festival de Cinema de Gramado por suas contribuições ao cinema nacional, tendo participado de mais de 100 filmes.

Macunaíma

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Imagem: Reprodução

Clássico do cinema nacional baseado no livro de mesmo nome de Mário de Andrade, o filme de 2019 teve a participação de Milton Gonçalves no papel de Jiguê, irmão do protagonista, vivido por Grande Otelo.

Sinopse: Macunaíma é um herói preguiçoso, safado e sem nenhum caráter. Ele nasceu na selva e de preto, virou branco. Depois de adulto deixa o sertão em companhia dos irmãos e vive aventuras na cidade. Macunaíma ama guerrilheiras e prostitutas, enfrenta vilões milionários, policiais e personagens de todos os tipos.

O Anjo Nasceu

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Primeiro filme em que teve um papel principal, “O Anjo Nasceu” é uma produção de 1969, mas ficou diversos anos interditado devido à censura da Ditadura Militar do Brasil. Em 2015, recebeu a honraria de figurar na lista de 100 melhores filmes brasileiros de todos os tempos, da Abraccine.

Sinopse: Santamaria (Hugo Carvana) é um assassino impiedoso e cruel, que, junto com Urtiga (Milton Gonçalves), seu companheiro de crime, realiza horrendos assassinatos. Um dia, Santamaria vislumbra um anjo que motiva a si e a seu companheiro cometerem muitos crimes para, segundo suas crenças, chegarem mais rápido ao anjo que lhes proverá a salvação. Durante um crime, eles são perseguidos por um policial. Conseguem fugir e se abrigam em uma casa isolada, onde matam o dono e humilham as mulheres antes de matá-las.

A Rainha Diaba

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Inspirado livremente na vida de Madame Satã, “A Rainha Diaba” colocou Milton Gonçalves como protagonista e ele respondeu bem às atenções do papel. Com atuação elogiada, o ator ganhou o prêmio de Melhor Ator pelo Festival de Brasília.

Sinopse: Lapa, Rio de Janeiro. Diaba (Milton Gonçalves), um homossexual, comanda de um dos quartos de um bordel uma quadrilha responsável pelo controle de vários “pontos” de venda de droga. Sabendo que um dos seus homens de confiança está para ser preso, Diaba “fabrica” um novo marginal, para depois entregá-lo a polícia. Ela encarrega Catitu (Nélson Xavier), seu homem de confiança, de fazer isto. Catitu decide que o alvo será Bereco (Stepan Nercessian), um garotão cheio de si que é sustentado por Isa (Odete Lara), uma cantora de cabaré. Catitu atrai Bereco para um série de crimes e faz dele um “perigoso bandido”. Acontece que Bereco passa a acreditar nesta “fama”. Diaba começa a ter seu poder diminuído quando Bereco pretende controlar a venda das drogas e Catitu, por sua vez, deseja aumentar seu poder.

Eles Não Usam Black-Tie

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Um dos primeiros trabalhos de Milton Gonçalves como ator foi viver Bráulio, na peça de mesmo nome escrita por Gianfrancesco Guarnieri, em 1958. Anos mais tarde, em 1981, ele voltou a viver o mesmo papel no filme “Eles Não Usam Black-Tie”, de Leon Hirszman. O filme fez barulho no Brasil e no mundo, e ganhou o Grande Prêmio do Júri do Festival de Veneza. Também figura na lista de 100 melhores filmes brasileiros de todos os tempos da Abraccine.

Sinopse: Em São Paulo, em 1980, o jovem operário Tião (Carlos Alberto Riccelli) e sua namorada Maria (Bete Mendes) decidem casar-se ao saber que a moça está grávida. Ao mesmo tempo, eclode um movimento grevista que divide a categoria metalúrgica. Preocupado com o casamento e temendo perder o emprego, Tião fura a greve, entrando em conflito com o pai, Otávio (Gianfrancesco Guarnieri), um velho militante sindical que passou três anos na cadeia durante o regime militar.

Carandiru

Outro filme de Milton Gonçalves a aparecer na lista de 100 melhores filmes brasileiros de todos os tempos da Abraccine é “Carandiru”, onde ele vive o personagem Chico. É mais um clássico do cinema nacional, que adapta com muito realismo o livro do Dr. Dráuzio Varella “Estação Carandiru”, a ter contribuição de Milton Gonçalves e também a fazer sucesso no Brasil e também fora do país.

Sinopse: Um médico (Luiz Carlos Vasconcelos) se oferece para realizar um trabalho de prevenção a AIDS no maior presídio da América Latina, o Carandiru. Lá ele convive com a realidade dos cárceres, que inclui violência, superlotação das celas e instalações precárias. Porém, apesar de todos os problemas, o médico logo percebe que os prisioneiros não são figuras demoníacas, existindo dentro da prisão solidariedade, organização e uma grande vontade de viver.

Carcereiros – O Filme

Um dos últimos trabalhos de Milton Gonçalves foi na série “Carcereiros”, que ganhou um filme em 2019. Ali ele viveu o Dr. Gouveia, e teve destaque ao lado de Rodrigo Lombardi em mais uma adaptação da obra do Dr. Dráuzio Varella

Sinopse: Adriano é um historiador graduado e contrário à violência que decide virar carcereiro para seguir os passos do pai. Com a chegada de Abdel (Kaysar Dadour), um perigoso terrorista internacional, ao presídio em que trabalha, a tensão aumenta a ponto de provocar duas facções criminosas que vivem separadamente. Adriano terá de enfrentar uma rebelião – além de controlar os passos de Abdel.