O Toyota Connected North America (TCNA), centro de inovação da empresa japonesa sediado no estado americano do Texas, acaba de apresentar seu sistema Cabin Awareness, capaz de detectar pessoas e animais de estimação em toda a cabine de um veículo. A tecnologia é baseada na aplicação de um radar de ondas milimétricas com imagens 4D de alta resolução, sendo inspirada em um desenvolvimento da Nasa para apoiar resgates subterrâneos em situações de terremoto.

Basicamente, a ideia consiste em uma forma de ajudar o motorista a prevenir mortes por insolação por meio de alertas sobre os ocupantes de um veículo que foram deixados para trás. Montado acima do teto, o sensor pode detectar a presença de uma forma de vida no interior da cabine, mesmo após a saída do condutor.

Um sistema com alto potencial de detecção

Especificamente, o conceito Cabin Awareness tem a capacidade de detectar micromovimentos, como batimentos cardíacos, movimento e respiração dos ocupantes em três fileiras completas de assentos, na área de carga e nos pés. Não só isso. A tecnologia é capaz de classificar todos os ocupantes do veículo de acordo com o tamanho, postura e posição.

Ilustração de um dos estados do sistema
Imagem: Divulgação/Toyota

A plataforma fornece detecção robusta mesmo se o ocupante estiver coberto com um cobertor, “um cenário em que um transeunte não conseguiria ver o ocupante”, aponta a nota oficial da Toyota. Conforme traz a empresa, o conceito difere de outras tecnologias no mercado, como sensores de peso, que podem ser propensos a falsos alertas e detecções incorretas. Inclusive em casos de câmeras limitadas por pontos cegos ou em alcance.

Testes em vias públicas ainda em 2022

Ilustração de outro estado do sistema da Toyota
Imagem: Divulgação/Toyota

O recurso está sendo testado no mundo real através da May Mobility, uma empresa americana de veículos autônomos parceira da Toyota. Sua frota de minivans Toyota Sienna AutonoMaaS (Mobilidade Autônoma como Serviço) deverá realizar ainda este ano testes em vias públicas em Michigan e no Texas.

Simon Roberts, engenheiro-chefe da TCNA, diz que a principal diferença nesse sistema é a resolução e precisão aprimoradas, detecção de cabine completa e escopo de funcionalidade. “Com a precisão desses sensores, estamos projetando o Cabin Awareness com o objetivo de reduzir falsos positivos e falsos negativos”.

Notificações e avisos do conceito

Captura de imagem de post da Toyota sobre seu sistema
Imagem: Divulgação/Toyota

O Cabin Awakeness oferece uma série de avisos ao motorista (e também às pessoas que estiverem por perto) se um ser vivo for detectado na parte de trás da cabine do carro. Primeiro, uma luz de advertência sinaliza no painel de instrumentos. Então, a buzina é acionada, com as luzes de emergência sendo ativadas em seguida. Após todos os avisos iniciais, o proprietário pode receber uma notificação em seu telefone por meio do aplicativo Toyota, além de mensagens de texto.

Alertas por meio de dispositivos domésticos inteligentes ou envios de mensagens de texto para contatos de emergência designados pelo usuário principal também são possíveis. Outras opções de avisos incluem o sistema de assistência de emergência Safety Connect da Toyota e contato com os socorristas por meio da função SOS integrada do veículo – a equipe continua a explorar alertas de notificação adicionais, como comunicações de veículo a veículo (V2V).

Crianças deixadas dentro de carros

A Toyota apresentou alguns dados sobre essa necessidade de foco em alertas para o motorista. Por exemplo, em 2021, 23 crianças morreram de insolação após serem deixadas em veículos nos Estados Unidos, de acordo com a organização sem fins lucrativos Kids and Cars.

Além disso, em média, uma em cada quatro crianças que morrem em um carro quente entra no veículo desacompanhada e, dependendo das circunstâncias, o interior de um veículo pode chegar a mais de 51° Celsius em minutos. “Estudos mostram que a temperatura corporal das crianças aumenta de três a cinco vezes mais rápido que a dos adultos. Se deixada em um veículo durante o verão, a temperatura interna da cabine pode atingir níveis perigosos em apenas 10 minutos”, informa a nota.

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Imagem: Katy Coulter/iStock