Sexta-feira, Dezembro 5, 2025
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Depois de pagar resgate de ransomware, empresas ainda têm que gastar 7 vezes mais em reparos

Ilustração mostra várias correntes presas a um cadeado, com uma nuvem travada por trás dele, simbolizando um ataque de ransomware

Conforme traz um novo relatório da Check Point Research (CPR), as empresas vítimas de ataques de ransomware acabam tendo gastos 7 vezes maiores que o valor pago nos resgates. Os pesquisadores da fornecedora de insights especializada em análises de segurança cibernética apontaram para uma grande evolução dessas ações criminosas nos últimos anos, sendo hoje o tipo de ciberataque mais disruptivo que as organizações têm enfrentado.

Além de interromper importantes processos e negócios diários, o ransomware pode resultar em um grande impacto financeiro. E isso não se limita ao pagamento do resgate exigido pelos hackers, que pode chegar a milhões de dólares.

Na pesquisa da CPR, foram examinados os custos ocultos adicionais causados durante e após o ataque de ransomware, também foram analisadas mais detalhadamente informações sobre a atuação do grupo cibercriminoso Conti e diferentes conjuntos de dados relacionados às vítimas de ransomware. As perdas de longo prazo que as empresas vítimas sofrem são muito mais significativas do que a maioria poderia supor, segundo os pesquisadores.

Resgates se baseiam na receita anual das empresas

De acordo com as análises, os bandidos têm exigido uma soma proporcional à receita anual da vítima, variando entre 0,7% e 5% do total obtido pela organização no ano. Além disso, a duração de um ataque de ransomware diminuiu significativamente em quantidade de dias em 2021 – de 15 para 9 dias.

Neste cenário, os custos 7 vezes maiores que os valores de resgate pagos pelas empresas e organizações vítimas incluem valores de resposta e restauração de sistemas e demais trabalhos de rotina, honorários advocatícios e custos de monitoramento.

Regras dos criminosos nos ataques de ransomware

Há ainda regras básicas tomadas pelos grupos nocivos para obter uma negociação bem-sucedida com as vítimas (que influenciam o processo e a dinâmica de uma negociação), sendo elas: a estimativa precisa da postura financeira da vítima, a qualidade dos dados exfiltrados, a reputação do grupo de ransomware, a existência de um seguro cibernético e a abordagem e os interesses dos negociadores das vítimas.

“O principal aprendizado é que o resgate pago, que é o número com o qual a maioria das pesquisas lida, não é um número chave no ecossistema de ransomware. Tanto os cibercriminosos quanto as vítimas têm muitos outros aspectos financeiros e considerações em torno do ataque”, diz Sergey Shykevich, gerente do grupo de inteligência de ameaças da Check Point Software.

“É notável o quão sistemáticos esses cibercriminosos são na definição do número do resgate e na negociação. Nada é casual e tudo é definido e planejado de acordo com os fatores que descrevemos”, relata o gerente.

Recomendações às organizações

A principal recomendação de Shykevich é que as organizações devem construir com antecedência defesas cibernéticas adequadas. Especialmente a elaboração de um plano de resposta bem definido contra os ataques de ransomware, de modo a beneficiar a economia de muito dinheiro.

Outras dicas do relatório dos pesquisadores são a existência de um backup robusto de dados e treinamento de conscientização cibernética (por exemplo, com foco em phishing, que é uma das formas mais populares de espalhar malware de resgate).

A autenticação de usuário também deve ser forte e segura, por meio de uma política de senha forte e uso de práticas de múltiplos fatores. Os patches devem estar atualizados em computadores e dispositivos, especialmente naqueles rotulados como críticos.

Imagem: Foxeel/Shutterstock

Fonte: Olhar Digital

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