Na noite de terça-feira (31), o Observatório Espacial Heller & Jung registrou um meteoro do tipo bólido (designação para bolas de fogo excepcionalmente brilhantes) explodindo sobre o mar em Capão da Canoa, município do Rio Grande do Sul localizado a 141 km de distância da capital Porto Alegre.
De acordo com o responsável pelo observatório, professor Carlos Fernando Jung, diretor técnico da Rede Brasileira de Observação de Meteoros (BRAMON) na região Sul, esse bólido teve elevada magnitude e, quase certamente, fazia parte da chuva de meteoros Tau Herculíadas.
Essa chuva está relacionada à trilha de detritos deixadas em passagens do Cometa 73P/Schwassmann-Wachmann, e acontece todos os anos entre os dias 19 de maio e 19 de junho, com máxima atividade no dia 9.
“O meteoro ingressou na atmosfera terrestre a uma altitude de 100,9 Km e explodiu a uma altitude de 62,1 Km, às 22h58”, explicou Jung. Segundo ele, o fenômeno teve duração de 1,46 segundos e magnitude de -9 (em uma escala na qual quanto mais negativo é o número, maior é a luminosidade provocada por fatores como tamanho, velocidade e ângulo de entrada).
O que é um meteoro?
“Asteroides, meteoroides e cometas orbitam o Sol em uma velocidade altíssima, algo entre 40 mil e 266 mil quilômetros por hora”, explica Marcelo Zurita, diretor técnico da BRAMON e colunista do Olhar Digital. “Quando atingem a atmosfera da Terra nessa velocidade, mesmo fragmentos tão pequenos quanto um grão de areia são capazes de aquecer instantaneamente os gases atmosféricos, gerando um fenômeno luminoso chamado de meteoro. Então, o meteoro é apenas o fenômeno luminoso, nada mais”.
Sendo assim, um meteoro não é sólido, não é líquido e nem gasoso, é apenas luz. “Popularmente, é também chamado de estrela cadente”, diz Zurita.
Segundo ele, de maneira geral, quanto maior o objeto, mais luminoso será o meteoro. E quando sua luminosidade supera o brilho de Vênus, o meteoro é comumente chamado de fireball (bola de fogo).
Algumas vezes, dependendo da velocidade e do ângulo de entrada, o meteoroide ou asteroide é grande o suficiente para atingir as camadas mais densas da atmosfera. Nesses casos, além de formar uma bola de fogo mais espetacular, o meteoro geralmente termina com um evento explosivo – o bólido, evento popularmente associado ao “fim dos tempos”, “Jesus voltando” e outras profecias apocalípticas.
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Fonte: Olhar Digital
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