Diante de nós, Vênus! O planeta que fica à frente da Terra receberá a missão Deep Atmosphere Venus Investigation of Noble Gas (DAVINCI), a partir de 2031. Nesta quinta-feira (2), novos detalhes sobre o projeto foram divulgados em um artigo publicado pelos engenheiros da NASA no periódico científico ‘The Planetary Science Journal’. Entre as novidades na missão DAVINCI, está a análise dos aspectos críticos do enorme sistema atmosfera-clima de Vênus, que está sob olhar dos pesquisadores desde a década de 80.
Composição rochosa
Outra grande expectativa será fornecer a primeira imagem das rochas que estão presentes ao redor do nosso planeta vizinho. Essa etapa será fundamental para mapear tanto a composição rochosa quanto o relevo da superfície montanhosa.
Tudo faz parte da chamada “Década de Vênus”, que terá, a partir de 2030, pelo menos três missões distintas de estudo do segundo planeta do sistema solar – nosso vizinho imediato em nosso “bairro” na Via Láctea.
Análise da atmosfera
Na missão DAVINCI, uma sonda terrestre irá analisar a atmosfera bem grossa de Vênus, extremamente rica em carbono.
O equipamento vai pousar em uma região conhecida como Alpha Regio, uma área descrita por especialistas como “intimidante” devido à sua elevação de mais ou menos um quilômetro (km) em comparação ao relevo próximo – especulações indicam que isso se deu por dobras terrestres decorrentes de alta atividade vulcânica.
A missão suportará medições de gases que possivelmente estão presentes em pequenas quantidades e na atmosfera mais profunda, incluindo a proporção chave de isótopos de hidrogênio – componentes da água que ajudam a revelar a história do líquido.
Somente as montanhas de Alpha Regio têm uma extensão comparada ao dobro do estado do Texas, o que equivale a mais de 1,3 milhão de km².
“Essas medições nos permitirão avaliar aspectos históricos da atmosfera. O nosso objetivo é detectar tipos especiais de rochas na superfície, como granitos, além de procurarmos características da paisagem que possam nos informar sobre erosão ou outros processos formativos”, escreveu no artigo Jim Garvin, pesquisador do Goddard Space Flight Center da NASA em Greenbelt, Maryland (EUA).
Por dentro da missão
A missão DAVINCI sobre a atmosfera Alpha Regio deverá durar mais de dois anos, com a sonda captando observações científicas a cerca de 120 Km acima da superfície, descartando o escudo térmico.
Com o escudo de calor descartado, será possível coletar amostras de gás atmosférico para medições químicas detalhadas, assim como as realizadas em Marte com o rover Curiosity.
Além disso, a sonda também será responsável pela coleta de centenas de imagens a partir do momento em que emergir sob as nuvens a cerca de 30.500 metros acima da superfície local.
“Se sobrevivermos ao pouso a cerca de 25 milhas por hora (12 metros/segundo), poderemos ter até 17 a 18 minutos de operações na superfície em condições ideais”, diz Stephanie Getty, vice-investigadora principal de Goddard.
“Nenhuma missão anterior na atmosfera de Vênus mediu a química ou os ambientes com os detalhes que a sonda DAVINCI poderá fazer”, revela Jim Garvin.
Via: PHYS.org
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Fonte: Olhar Digital
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