Tite parece disposto a apostar na “ousadia e alegria” que Neymar fez de lema para sua carreira. Contra a Coreia do Sul, em Seul, o Brasil se apresentou com uma postura agressiva e ofensiva, e acabou por golear os donos da casa por 5 a 1.
Não foi uma atuação perfeita da seleção de Tite, que deu mais espaços que o costume e poderia até ter levado mais gols. O saldo, no entanto, foi positivo. Além de presentear a torcida com um jogo aberto e divertido, a renovada seleção brasileira mostrou força ofensiva e criativa, importante principalmente para enfrentar equipes com posturas mais recuadas. Uma boa imagem antes da Copa do Mundo.
Pressão ofensiva, espaços na defesa
A escalação inicial de Tite mostrava uma postura ousada para encarar a Coreia do Sul, com um quarteto formado por Raphinha, Neymar, Richarlison e Paquetá. Na prática, o desenho foi ainda mais ofensivo, com Fred se apresentando pelo meio sempre próximo à área – Raphinha aberto pela direita, Paquetá pela esquerda revezando com Neymar, e Richarlison sempre como homem mais centralizado, embora voltando para dar combate para deixar o camisa 10 com liberdade total. A Coreia sofreu para suportar essa pressão nos minutos iniciais.
Logo com três minutos, o Brasil balançou as redes pela primeira vez. Thiago Silva, de cabeça, fez o gol, anulado sem muita dúvida pela arbitragem por impedimento após breve consulta ao VAR. Mas não demoraria muito para o placar sair do zero.
Com sete minutos, Alex Sandro se apresentou bem no ataque e cruzou para trás para a chegada de Fred, que escorou sem muita firmeza para o gol. No caminho, Richarlison corrigiu a trajetória e empurrou para o 1 a 0.
Alex Sandro, por sinal, foi um ponto positivo ofensivamente em suas subidas. Do outro lado, Dani Alves deixou a impressão de que ainda pode ser útil por falta de concorrência, mas longe de sua melhor versão. Em termos táticos, a dupla por muitas vezes se apresentou para recompor o meio-campo, principalmente Dani, mais centralizado para ajudar Casemiro.
O posicionamento defensivo, por sinal, deixou ainda a desejar nas experiências de Tite. Depois de sair da pressão inicial brasileira, a seleção coreana encontrou muitos espaços entre defesa e meio-campo, e também no lado direito ocupado por Dani. Mas o gol de empate saiu em giro de Hwang Ui-Jo sobre Thiago Silva, com finalização precisa cruzada.
Entre altos e baixos, a seleção foi superior no primeiro tempo e foi para o intervalo em vantagem graças à ajuda do VAR. Alex Sandro foi derrubado em disputa de bola na área. Neymar cobrou a penalidade e converteu.
Experiências e mais gols
O Brasil voltou sem mudanças para o segundo tempo, embora com uma boa sensação de entrosamento mais afinado entre Neymar e Paquetá. O terceiro gol por pouco não saiu dos pés do ex-rubro-negro em passe do ex-santista. O goleiro coreano fez grande defesa com os pés.
Como no primeiro tempo, a pressão deu resultado rápido e, em novo pênalti marcado sobre Alex Sandro com a ajuda de VAR, Neymar fez o 3 a 1 aos 12 minutos.
A seleção continuava a dar espaços pouco comuns na defesa de Tite, mas quem se importa com isso quando o ataque segue criando chances em larga escala?
Com o resultado encaminhado, e como era importante fazer mais experiências, Tite fez mudanças em massa a partir dos 25 minutos. Vinícius Júnior entrou no lugar de Richarlison, Fabinho no lugar de Casemiro, Gabriel Jesus no lugar de Raphinha – que antes mandou bola na trave, Coutinho na vaga de Neymar.
Em uma de suas primeiras participações na partida, Coutinho ampliou o placar para 4 a 1 com uma bomba cruzada, em bola conquistada na pressão na saída de bola da Coreia.
Fred, que participou mais ofensivamente que na defesa, e Paquetá, ainda buscando o melhor entendimento com Neymar, deixaram o campo depois do quarto gol. Entraram Bruno Guimarães e Matheus Cunha. O Brasil mudou nomes, mas seguiu ofensivo e sem parar de produzir boas oportunidades para marcar gols.
No fim, Jesus encerrou o seu jejum de 19 partidas na seleção com grande estilo. O atacante, novamente em boa fase pelo Manchester City no fim da temporada, cortou defensores da direita para o centro e tocou de canhota no canto para um golaço.
Fonte: Ogol
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