Um tratamento experimental realizado em uma mulher com câncer de pâncreas do estado do Oregon, nos Estados Unidos, causou um encolhimento considerável dos tumores. O experimento também foi capaz de melhorar o desempenho das células imunológicas da paciente.
A paciente, identificada como Kathy Wilkes, disse que não está curada do câncer, mas que o que sobrou de seus tumores não apresentou sinais de crescimento desde o tratamento único, realizado em junho de 2021. Segundo ela, o tratamento experimental era sua última esperança, depois da ineficácia da quimioterapia.
O método utilizado em Wilkes foca em aproveitar o sistema imunológico em uma espécie de criadouro de “drogas vivas” capazes de rastrear e destruir tumores. De acordo com os pesquisadores, esta é a primeira vez que um tratamento deste tipo funciona contra um câncer complicado como o de pâncreas.
Ainda há muito a se fazer
Segundo Josh Veatch, do Centro de Pesquisa em Câncer Fred Hutchinson, em Seattle, este é apenas o primeiro passo e ainda são necessárias outras pesquisas. Segundo ele, que não esteve envolvido no estudo, Wilkes é a segunda pessoa a usar este tratamento experimental, que falhou no outro paciente.
As células T são os “soldados” do sistema imunológico e têm a capacidade de matar células doentes, no entanto, não é incomum que o câncer escape delas. A abordagem de fortalecimento das células T não é exatamente uma novidade, tendo sido usada contra alguns tipos de leucemia e linfoma.
Porém, esse tipo de abordagem não é muito funcional contra tumores sólidos mais comuns, como é o caso do câncer de pâncreas. Aí é que entra a novidade do tratamento experimental usado em Wilkes: as células T foram modificadas geneticamente para rastrear uma proteína mutante escondida nas células tumorais.
Tratamento focado e menos agressivo
O diferencial é que essa proteína não existe em células saudáveis, o que torna o tratamento mais focado e menos agressivo. Para isso, são analisadas estruturas localizadas na superfície das células, que dão ao sistema imunológico uma prévia das proteínas que estão dentro delas.
Esta abordagem é conhecida como terapia do receptor de células T, ou TCR. Esta abordagem é altamente experimental, mas o ocorrido com Kathy Wilkes dá aos pesquisadores um enorme otimismo de que estão no caminho certo para um tratamento revolucionário contra diferentes tipos de câncer.
Via: Medical Xpress
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Fonte: Olhar Digital
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