Com lançamento previsto para 2026, Platão, o telescópio espacial caçador de planetas da Agência Espacial Europeia (ESA), acaba de passar por uma série de testes em um simulador que reproduz as condições espaciais.
O simulador foi desenvolvido pelo Instituto Holandês de Pesquisa Espacial (SRON), que fica na cidade de Groningen, nos Países Baixos. De acordo com o site Phys, os técnicos do SRON terminaram de testar um protótipo de câmera, e informaram que todos os recursos funcionaram como esperado.
Para simular o ambiente característico do espaço, o sistema simula as condições extremamente baixas de pressão e temperatura, além de gerar luz artificial. Um mecanismo move a câmera para permitir testar o campo de visão completo. Os pesquisadores podem verificar dentro de uma milionésima parte de um círculo em que direção a câmera está olhando.
Durante um período de seis semanas, essa câmera protótipo, chamada de Modelo de Engenharia, passou por um extenso programa de teste para demonstrar o funcionamento necessário e garantir que seu desempenho não seja afetado pela oscilação entre todas as temperaturas esperadas.
Até setembro, outros simuladores no Instituto de Estudos Avançados (IAS) de Paris e no Instituto Nacional de Técnica Aeroespacial (INTA) de Madrid reproduzirão os resultados dos testes obtidos na SRON na mesma câmera, fornecendo assim a necessária calibração cruzada entre as três configurações.
A versão final do satélite Platão, chamado de Modelo de Voo, será dotada de 26 câmeras. Para cumprir a meta de lançamento em 2026, elas serão divididas entre o SRON, o IAS e o INTA, que devem concluir os testes até o fim de 2023.
O banco óptico que comportará as 26 câmeras está passando por um mês de imersão a vácuo na ESA para avaliar sua resistência a condições espaciais. Durante esse período, serão aplicados testes de “ciclismo térmico”, para avaliar como a estrutura responde às variações de temperatura entre luz e escuridão, e “equilíbrio térmico” para medir a temperatura de operação que ela mantém nessas condições.
Novo caçador de planetas da ESA será vizinho de James Webb
Após seu lançamento, Platão viajará até o Segundo Ponto de Lagrange (L2) no espaço, a 1,5 milhão de km além da Terra, na direção oposta à do Sol – onde fica o Telescópio Espacial James Webb.
A partir desse ponto, o caça-planetas observará mais de 200 mil estrelas durante sua operação nominal de quatro anos, procurando variações regulares em sua luz causadas pelo trânsito de um planeta através do disco da estrela.
Segundo a ESA, a análise desses trânsitos e das variações de luz estelar permitirão determinações precisas das propriedades dos exoplanetas e suas estrelas hospedeiras. “Após essa revisão bem-sucedida, podemos continuar a implementação desta emocionante missão que revolucionará nosso conhecimento de exoplanetas do tamanho da Terra e abrirá novos locais no estudo da evolução das estrelas”, disse Ana Heras, cientista de projetos de Platão da ESA.
Os astrônomos acreditam que Platão poderá descobrir exoplanetas do tamanho da Terra dentro da zona habitável das estrelas, graças à sua capacidade de detectar planetas menores em órbitas maiores do que as alcançadas pelos telescópios atuais.
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Fonte: Olhar Digital
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