A saída de Sheryl Sandberg da Meta, considerada o braço direito de Mark Zuckerberg, pegou muitos de surpresa na Big Tech. Entretanto, segundo informações do The Wall Street Journal, a decisão veio após um longo e exaustivo processo.
Considerada uma das executivas mais poderosas do mercado de tecnologia, a diretora de operações do Facebook deu sinais de que estava esgotada de continuar seguindo no negócio que ajudou a construir. Fontes próximas declararam que o período recente de grandes mudanças internas também contribuiu para a sua saída da empresa.
Sandberg teria dito que se tornou um “saco de pancadas” para os problemas do Facebook. De acordo com o WSJ, ela também não se envolveu com os planos da empresa de criar mundos virtuais no metaverso, não comparecendo a várias reuniões relacionadas a essa mudança estratégica — que Zuckerberg reforçou recentemente que exigirá bilhões em investimentos.
Após o anúncio de sua saída, ela disse que a renúncia ao cargo não deve ser interpretada como um sinal de que a Meta vai se afastar dos anúncios online — nicho que respondeu por US$ 118 bilhões da receita anual da empresa em 2021, uma fatia de 98%.
Em sua despedida, a executiva, que permanecerá no conselho da Meta, também disse que construir uma das empresas mais bem-sucedidas do mundo foi um dos seus grandes orgulhos. “Estou orgulhosa de tudo de bom que acontece em nossas plataformas. Estou animada para ver o que a Meta fará daqui para frente”.
Trajetória de sucesso
Sandberg trabalhava para o Google antes de ser contratada pelo Facebook. Seu objetivo era construir um negócio em torno da rede social, em parte usando os dados coletados dos seus usuários para este fim. Seu perfil como profissional deslanchou quando o Facebook abriu capital na bolsa em 2012, o que transformou Sandberg em um ícone no mundo corporativo.
Em 2013, lançou o livro de “Lean In”, que encorajou mulheres a falar e não se afastar de certos cargos ou projetos por medo de não conseguir gerenciar compromissos de trabalho e vida pessoal. À medida que sua reputação crescia, houve rumores em 2016 de que ela poderia deixar o Facebook para um cargo de gabinete para a então candidata presidencial Hillary Clinton, o que acabou não acontecendo.
No entanto, as eleições foram um ponto-chave para a sua posição no Facebook começar a mudar. Vale lembrar que a rede social foi alvo de diversas alegações de que não fez o suficiente para contornar a interferência externa nas eleições de 2016 nos EUA.
A controvérsia cresceu em 2018, quando foi descoberto que a consultoria política Cambridge Analytica havia acessado indevidamente os dados de 87 milhões de usuários do Facebook para direcionar eleitores ao apoio de Donald Trump.
Consequências do escândalo
Zuckerberg disse que Sandberg se culpava pelo ocorrido. A executiva, inclusive, chegou a ser chamada para testemunhar sobre a influência estrangeira nas redes sociais. Na esteira desses eventos, ela acabou se tornando uma presença menos visível após Zuckerberg adotar um controle mais rígido sobre diversos aspectos das operações da Meta.
Crystal Patterson, que trabalhou no escritório do Facebook e mais recentemente foi gerente de políticas públicas da empresa, disse que a executiva era um ícone para as mulheres na empresa. Já Debbie Frost, ex-executiva de comunicação do Facebook que agora trabalha na fundação de Sandberg, disse que a sua saída permitirá que ela se concentre na promoção da igualdade e outras questões de uma maneira que ela não conseguia fazer enquanto estava na gigante da tecnologia.
“Embora levantasse questões importantes para as mulheres ao longo de sua carreira, sempre foi algo que ela fez em paralelo devido à intensidade e restrições do seu trabalho”, disse Frost.
Por fim, Sandberg disse que está ansiosa para passar mais tempo trabalhando com a sua fundação e que ainda não tem certeza de como será a sua vida depois do Facebook. “Esta será uma chance de respirar e descobrir”, disse. Segundo a Forbes, a executiva tem um patrimônio líquido de US$ 1,6 bilhão.
Fonte:The Wall Street Journal
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Fonte: Olhar Digital
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