Apelidados de “capetinha” no Brasil, jammers são bloqueadores de radiocomunicações que emitem sinais de alta intensidade para distorcer a frequência de rádio de um celular ou GPS, sendo capaz de inutilizá-los em um raio de até 20 m. O equipamento tem uso restrito a presídios, mas pode ser encontrado em várias lojas virtuais sem qualquer fiscalização, o que o torna o instrumento predileto dos ladrões de carros e caminhões.
Uma vez com o “capetinha”, os criminosos usam a distorção de sinal para neutralizar os rastreadores nos automóveis (que hoje, na maioria das vezes, já vêm de fábrica e é exigido por seguradoras de caminhões e picapes), tornando impossível a comunicação entre a operadora e o veículo. É o tempo necessário para que os ladrões desmanchem as peças de carros ou retirem as cargas do caminhão ou caminhonete.
“Já vimos jammers com 16 antenas e cada antena interfere em uma frequência específica”, explica Rodrigo Boutti, gerente de operação da Ituran, empresa em rastreamento veicular, em entrevista ao UOL. “Existem equipamentos com alcance de até 100 metros em áreas abertas, muito utilizados em desmanches de veículos para abastecer o mercado ilegal de peças.”
Uso do dispositivo dá até quatro anos de prisão
Segundo a Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações), a venda do “capetinha” é proibida, exceto para entidades penitenciárias, e por conta do seu uso é possível ser lavrado auto de infração sob a acusação de atividade clandestina de telecomunicações. A pena para o crime é de detenção de dois a quatro anos — há a possibilidade de aumento em 50%, caso haja danos a terceiros —, além de multa de R$ 10 mil.
A resolução para o uso dos jammers no Brasil remonta a setembro de 2002. Um projeto de lei de 2014, assinado pelo deputado Carlos Bezerra (MDB-MT), propõe que a venda do “capetinha” seja criminalizada, mas no momento se encontra parada no Congresso.
De forma individual ou em parceria com a Receita Federal e a PRF (Polícia Rodoviária Federal), a Anatel tem tentado fiscalizar o uso dos bloqueadores por ladrões de carros e caminhões. Segundo a entidade, centenas de produtos já foram apreendidos nas ações.
Crédito da imagem principal: Dimitry Kalinovsky/Shutterstock
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Fonte: Olhar Digital
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