A região central do platô tibetano, conhecida como “Caixa d’água da Ásia” ou ainda “Terceiro Polo da Terra”, está perdendo seu gelo e isso deve afetar o fornecimento de água para até 2 milhões de pessoas, de acordo com novo estudo feito pela ONGThird Pole Environment em parceria com a Universidade de St. Andrews.
O estudo, cujo título se traduz para “O Desequilíbrio da Caixa D’Água Asiática”, afirma que o aquecimento rápido da região alterou o equilíbrio entre a água congelada nas geleiras e a água líquida de lagos e rios, com mudanças atmosféricas alterando a forma como ambos são distribuídos.
“Esse desequilíbrio pode trazer um enorme desafio à oferta de recursos hídricos nas regiões ribeiras da área”, disse o professor Yao Tadong, co-autor do estudo e chairman da ONG.
Seu colega e co-autor, o Dr. Tobias Bolch, afirma que, na prática, o que vem acontecendo é a perda de muita água sólida e o ganho de muita água líquida. O problema é que, de acordo com a configuração da região montanhosa do Tibet, isso deve levar a um excesso de disponibilidade de água no norte, e um excesso não respondido de necessidade de água no sul.
E é na região sul onde vemos maior incidência de trabalhos agrícolas, como sistemas de irrigação.
“Como resultado, a disponibilidade sazonal de água mudará dos rios Indo e Amu Dária, reduzida em favor de um aumento dela nos rios Amarelo e Yangtze”, diz trecho do estudo. “Essa disparidade norte-sul provavelmente vai se amplificar com o avanço do aquecimento global no futuro”.
Os especialistas torcem para que o estudo sirva como material consultivo para que governos e entidades tracem planos de redução de impacto ambiental a fim de minimizar os efeitos dessa mudança, dada por eles como certa.
O material completo da pesquisa está disponível no site da revista Nature.
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Fonte: Olhar Digital
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