O 42º Congresso da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo, que começa na próxima quinta-feira (16) terá uma área exclusiva para tratar sobre tecnologia, inovação e inteligência artificial.
“Há cerca de dez anos, algumas áreas médicas, entre elas a cardiologia, ganharam o reforço de uma equipe ‘diferente’ e cada vez mais imprescindível quando o assunto é acuidade em diagnósticos e tratamentos. O time responde por IA, com as subáreas aprendizado de máquina (machine learning), aprendizado profundo (deep learning), além de redes neurais e biomarcadores vocais”, lembra o professor titular de Cirurgia Cardiovascular da Faculdade de Medicina da USP, diretor do Serviço de Cirurgia Cardiovascular e vice-presidente do Conselho Diretor do Incor, Fabio Jatene.
Jatene ressalta que o grupo de inteligência artificial se baseia no uso de computadores que analisam um grande número de informações digitais com base em algoritmos definidos por especialistas, propondo soluções para diversos problemas médicos de maneira ágil e precisa.
O médico aponta que a ajuda da tecnologia traz inúmeras vantagens ao dia a dia. Jatene cita “a rápida pesquisa, recuperação e correlação de dados; monitoramento remoto e otimização da classificação de risco de pacientes em tempo real; tendência de doenças; composição de tratamentos personalizados; coleta, armazenamento e cruzamento automático de informações para melhorar a precisão e agilidade dos diagnósticos; realização de cirurgias à distância, dando suporte a robôs; cálculo da dosagem correta de medicamentos, bem como identificação de interação medicamentosa e apoio à gestão de consultórios, clínicas e hospitais”.
“Embora a IA tenha um potencial de aplicação extraordinário, ainda temos desafios a serem superados. É importante estar atento aos limites éticos de sua aplicação, como o uso indevido, com interesses distintos que não sejam a melhoria de desfechos clínicos e processos; a segurança e confidencialidade dos dados; bem como a necessidade de contarmos com bases de dados confiáveis, entre outros”, alerta o médico.
A presidente da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo, Ieda Jatene, aponta que na cardiologia é essencial a interpretação de imagem para diagnosticar, prevenir e tratar as doenças. A cardiologista afirma que a possibilidade de automatizar este tipo de interpretação por reconhecimento de padrões e verificação de anormalidades pode trazer ainda mais benefícios ao trabalho.
“Também já são utilizados algoritmos de predição de risco, empregados para prever a mortalidade e complicações pós cirurgia cardiovascular e implante de TAVI (cirurgia para substituir a válvula aórtica), entre outros procedimentos”, completa Ieda.
Fonte: Olhar Digital
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