Depois de encontrarmos o ânus de um dinossauro em 2021 e repetirmos o feito em 2022, cientistas agora descobriram outro “buraco” na antiga espécie de animais que já dominou o mundo: sim, hoje, o Olhar Digital mostra que os dinossauros tinham umbigo.
A confirmação veio graças a um fóssil especialmente bem conservado de Psitacossauro, um dinossauro que carregou seu umbigo para todos os lados durante o Período Cretáceo e cujo esqueleto e boa parte de seus tecidos mais macios estão armazenados no Instituto de Pesquisa Senckenberg, ligado ao Museu de História Natural de Frankfurt, na Alemanha.
Apesar do tom inusitado da notícia, talvez lhe surpreenda o fato de que boa parte dos animais atuais têm umbigo. A diferença é que, na maioria deles, esse ponto que já foi a conexão entre um embrião e o equipamento de nutrição durante a gravidez da mãe (no caso de mamíferos) ou dentro do ovo (répteis e aves) desaparece meros dias após o nascimento. Exceto por algumas poucas espécies que o retém durante toda a vida (alguns pombos e, claro, os humanos), o umbigo não é algo muito pensado por cientistas, mas ele está – ou esteve – lá.
No caso do Psitacossauro, porém, a situação é diferente: assim como a maioria dos pássaros, dinossauros também “perdiam” seu umbigo com dias ou semanas depois de chocarem seus ovos – o que leva a crer que o fóssil pertence a um espécime jovem. Entretanto, os autores da pesquisa afirmam que ele estava, na verdade, perto da maturidade sexual.
O fóssil em questão – denominado “SMF R 4970” – morreu deitado de costas, mas sua preservação excepcional nos permitiu identificar escamas epidérmicas, um “chifre” de queratina, cerdas da cauda, uma cloaca e até mesmo padrões visuais da pigmentação de sua pele. E sim, o dinossauro tinha umbigo.
A diferença é que o umbigo de animais reptilianos não é representado por um “buraco” no abdômen. No caso do Psitacossauro (e de algumas serpentes atuais), a exibição consiste de uma série de escamas mais grossas, maiores e com forma diferenciada das outras escamas à sua volta.
Mas isso não explica o motivo de ela ter perdurado pela vida do animal quando, por todas as expectativas, essa marca deveria ter desaparecido.
Bem, de acordo com Michael Pitman, autor do estudo, isso ainda é desconhecido: “a cicatriz umbilical é bastante variável em répteis existentes hoje. Assim sendo, ver uma delas em um espécime de Psitacossauro que está perto da maturidade sexual não significa que elas vão persistir para sempre em outros dinossauros não aviários. Precisamos descobrir mais dinossauros com o umbigo intacto para saber”.
A pesquisa completa está disponível no jornal científico BMC Biology
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Fonte: Olhar Digital
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