O Flamengo e o técnico Paulo Sousa estão prestes a tomar caminhos opostos. Após a era mágica de Jorge Jesus, essa tem sido a tônica no Rubro-Negro, que de um patamar tão alto, vê sucessivas quedas desde então. E não só dos treinadores.
As 57 partidas de JJ no comando do Flamengo parecem cada vez mais distantes, não só no espaço de tempo, mas também naquilo que o time transmite de dentro do campo para fora.
Desde a chegada de Domènec Torrent, a sinergia começou a se perder. O espanhol teve passagem de apenas 24 jogos pelo Flamengo, em meio à pandemia, e saiu tão rápido quanto aterrissou no Rio de Janeiro.
A aposta seguinte foi caseira, com Rogério Ceni. Um dos principais treinadores da nova safra, de trabalho destacado no Fortaleza, recebeu a oportunidade de dar um salto na carreira. O jovem técnico até manteve o time em evidência, com a conquista do bicampeonato brasileiro, apesar de derrota na última rodada para o São Paulo.
O título não foi suficiente para manter Ceni em meio à crise interna que já se avizinhava no clube, com direito a áudios vazados que culminaram com a sua saída. Renato Gaúcho, que havia deixado o Grêmio após longa e vitoriosa jornada, era a bola da vez.
O início de jogos brilhantes, algo que Ceni também conseguiu por alguns momentos, parecia indicar uma trilha de mais títulos pelo caminho. Mas, de derrota em derrota nas fases derradeiras, seja nas semis da Copa do Brasil, para o Athletico Paranaense, ou na decisão da Libertadores, diante do Palmeiras, trouxeram novas mudanças de rota.
Roteiro repetido
Em outro patamar, o Flamengo não mais se permitia falhar. Eis que os dirigentes do clube rumaram a Portugal, na expectativa de contarem novamente com Jesus, que vivia momento turbulento no Benfica. A espera durou semanas mas, por fim, a escolha do Rubro-Negro se voltou para o português Paulo Sousa, até então treinador da Polônia.
Pouco mais de 30 jogos depois, a ideia de ‘replicar’ o sucesso de JJ com um novo comandante luso já está prestes a chegar ao fim. De acordo com o Globo Esporte, a diretoria do Flamengo e o presidente Rodolfo Landim só aguardar a definição de um novo nome para oficializarem a demissão de Paulo Sousa. Assim como Ceni, o português também se envolveu em polêmicas, com críticas públicas direcionadas a alguns atletas, principalmente Diego Alves.
Quase três anos depois de seu auge, o Flamengo segue às voltas com a escolha de novos treinadores e com praticamente o mesmo elenco que conquistou a Libertadores e o bicampeonato do Brasileiro pelo clube. O coletivo não entrega o mesmo desempenho e deságua em erros individuais.
Qual será o próximo caminho? Com o mercado dos técnicos no verão na Europa aquecido, com alguns importantes clubes mudando de rumo para a temporada 2022/23, o Rubro-Negro não poderia escolher pior momento para se ver novamente sem comandante. Contratado pelo Fenerbahçe, dessa vez Jorge Jesus não será o salvador que vai resolver todos os problemas do Flamengo. E eles não estão apenas na beira do gramado.
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Fonte: Ogol
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