Maduro destacou que as duas nações possuem “grandes frentes de cooperação” nas áreas de petróleo, gás e petroquímica
Irã e Venezuela assinaram neste sábado, 11, um acordo de cooperação de 20 anos em diversas áreas, durante uma visita do presidente venezuelano Nicolás Maduro a Teerã, em que se destacou a “amizade indestrutível” entre os dois países. O pacto “mostra a determinação dos altos funcionários dos dois países de desenvolver as relações em diferentes campos”, afirmou o presidente iraniano Ebrahim Raisi ao lado do colega venezuelano, de acordo com a televisão estatal. O documento, sobre o qual não foram divulgados detalhes, foi assinado pelos ministros das Relações Exteriores dos dois países. Maduro destacou que as duas nações possuem “grandes frentes de cooperação” nas áreas de petróleo, gás e petroquímica, “a nível financeiro, com o Banco Nacional de Desenvolvimento Irã-Venezuela” e também no setor de defesa.
“Acredito que vai crescer uma amizade indestrutível para o futuro de nossas populações”, disse o chefe de Estado venezuelano. O presidente da Venezuela citou o “milagre econômico na produção de alimentos” realizado pelo Irã, que pode inspirar seu país. “Criaram inclusive tecnologias para produzir alimentos em áreas desérticas”, disse. Maduro explicou que seu governo quer “aprofundar a cooperação tecnológica com o Irã para produzir mais alimentos na Venezuela”, onde, segundo ele, há 33 milhões de hectares de terras que podem ser cultivadas. Ele disse que o país deve “aprender com essa impressionante experiência do Irã para continuar aumentando a produção de alimentos com recursos próprios em solo venezuelano”.
Maduro mencionou, sem revelar detalhes, “projetos conjuntos entre os dois países para produzir alimentos na Venezuela e exportar ao Irã” e para outros países da região. Também lembrou que “a Venezuela passou por anos difíceis e turbulentos, como resultado das agressões do imperialismo”, mas “resistiu, conteve a agressão e entrou em uma fase de recuperação real e verdadeira”. Raisi elogiou a “determinação do povo, das autoridades e do presidente da Venezuela que permitiu resistir às sanções”. “Hoje (a Venezuela) deixa a hiperinflação para trás e inicia o crescimento econômico. É um bom sinal, que mostra que a resistência funciona e obrigará o inimigo a recuar”, disse o líder iraniano.
Além disso, o presidente venezuelano anunciou a retomada a partir de 18 de julho de um voo Caracas-Teerã. “A Venezuela está aberta a receber o turismo do Irã para que venham desfrutar da beleza do Caribe, dos Andes, da Amazônia”, disse. A agência oficial iraniana IRNA destacou que os “ministros envolvidos dos países assinaram acordos de cooperação nos âmbitos político, econômico, turístico, petroleiro e petroquímico” durante a visita de Maduro. Os dois acompanharam no palácio presidencial uma cerimônia por videoconferência que marcou a entrega à Venezuela de um navio petroleiro fabricado no Irã nas águas do Golfo, segundo a mesma agência. De acordo com a IRNA, este é o segundo dos quatro navios encomendados por Caracas.
Maduro também se reuniu com o líder supremo, o aiatolá Ali Khamenei, que disse que “resistência” é a forma de lidar com a pressão dos EUA. “A conclusão que pode ser tirada da resistência e do sucesso das duas nações do Irã e da Venezuela é que a única maneira de evitar a pressão é resistir e resistir”, declarou. O aiatolá elogiou o acordo entre os dois países e pediu uma cooperação “mais forte”, segundo um comunicado em seu site oficial. “A República Islâmica do Irã mostrou que assume riscos em tempos de perigo e pega as mãos de seus amigos”, acrescentou. Ao lado da Rússia, China, Cuba e Turquia, o Irã é um dos principais aliados da Venezuela. E, assim como o país sul-americano, enfrenta sanções dos Estados Unidos. Em 2020, Teerã enviou navios carregados de gasolina e derivados para a Venezuela, país com as maiores reservas de petróleo bruto do mundo, após uma queda brutal na produção de petróleo. Em maio, o ministro do Petróleo do Irã, Javad Owji, visitou a Venezuela em busca de “rotas” para “superar” os efeitos das sanções dos Estados Unidos contra os dois países.
*Com AFP
Fonte: Jovem Pan News
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