As consequências que o vape pode causar nos pulmões dos usuários já não é segredo para ninguém, no entanto, um novo estudo revelou que esses danos podem deixar sintomas por um longo período, chegando até um ano com episódios de falta de ar, por exemplo.
De acordo com o estudo, feito por pesquisadores da Intermountain Healthcare, em Salt Lake City, cidade de Utah, nos EUA, pacientes continuam a sofrer com dificuldade respiratória, neblina cerebral e distúrbios de humor até 12 meses após o diagnóstico de EVALI (lesão pulmonar associada ao uso de cigarro eletrônico ou vapor).
Segundo a pesquisadora principal e médica pulmonar de cuidados intensivos, Dra. Denitza Blagev, com a Covid-19 muitos passaram a entender “que uma doença pulmonar grave pode ter outras consequências corporais”, o que ocorre também com a EVALI.
“Sabemos disso sobre doenças críticas em geral. Se você está na unidade de terapia intensiva, pode ter consequências corporais totais como resultado, mesmo depois de superar sua doença crítica. E estamos descobrindo isso também para EVALI”, explicou a médica.
Publicado no Annals of the American Thoracic Society e divulgado pelo Medical Express, apesar do alto índice de lesão pulmonar e estudos que comprovam a relação da doença com o vape, a pesquisa observou que cerca de três em cada cinco pacientes com o diagnóstico continuam usando o dispositivo.
O levantamento acompanhou 73 pacientes com EVALI, a maioria eram homens com até 31 anos. Após um ano de pesquisa muitos ainda apresentavam sintomas ou algum outro problema relacionado. Confira os dados abaixo:
“Se eu te cortar com uma faca, você fica com uma cicatriz permanente. Isso é o que esses pacientes estão tendo. Eles têm esses fenômenos semelhantes a cicatrizes em seus pulmões”, comparou o diretor da Clínica de Tratamento do Tabaco da Escola de Medicina Johns Hopkins, Dr. Panagis Galiatsatos.
“Não estou nem um pouco surpreso que um paciente que desenvolveu EVALI tenha consequências a longo prazo”, acrescentou.
O estudo também apontou que, além dos pacientes diagnosticados que voltam a usar o vape (35%), 20% continuam fumando cigarro e 54% usando maconha.
Blagev ainda ressaltou que é indicado que pacientes com EVALI se protejam da Covid-19. Apesar de apenas 6% dos pacientes terem contraído a doença e o estudo não apresentar dados suficientes para uma relação maior de risco, é necessário estar mais preocupado com o vírus do que outras pessoas que não tem histórico de problemas pulmonares.
Fonte: Olhar Digital
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