O Telegram é um dos principais aplicativos de mensagens do mundo, se tornando também o principal concorrente do WhatsApp. Estima-se que a plataforma tenha mais de meio bilhão de usuários em todo o mundo.  

Porém, muitos desses usuários estão no aplicativo por um motivo inusitado: a pornografia. A plataforma de marketing de conteúdo Semrush chega a associar o Telegram a diversos termos voltados para pornografia.  

A publicação de conteúdo adulto no mensageiro é crescente, mesmo que os termos de serviço do aplicativo apontem que os usuários são proibidos de publicar “conteúdo pornográfico ilegal em canais públicos do Telegram, bots, etc”.  

Telegram
Imagem: wichayada suwanachun / Shutterstock

O que faz o Telegram ter se tornado uma fonte de pornografia?  

É possível apontar como uma das principais causas dessa onda de conteúdo adulto na plataforma a facilidade de os usuários esconderem sua verdadeira identificação. Ao utilizar um perfil no Telegram, seja para conversar em grupos ou em chats pessoais, é possível optar por esconder seu nome real, sua foto de perfil e até mesmo seu número de telefone.  

Além disso, também é possível apontar a alta quantidade de remetentes. Os grupos do Telegram podem alcançar até 200 mil pessoas, enquanto os canais podem transmitir conteúdo para audiências ilimitadas.  

Outro ponto importante é a falta de moderação de conteúdo da plataforma. Moderadores contaram, em entrevista à BBC, que fazem o controle de conteúdo recebendo relatórios de um sistema automatizado e devem apenas classificar as publicações como “spam” e “não spam”.  

Segundo os funcionários, eles não buscam de maneira ativa por conteúdo pornográfico e a plataforma não possui nenhuma inteligência artificial para isso.  

Essa falta de controle de conteúdo, na verdade, pode ser um tanto quanto intencional. O fundador e CEO do Telegram, Pavel Durov, é um defensor da total e irrestrita liberdade de expressão e já chegou a afirmar que “nada – ou quase nada – pode ser bloqueado ou proibido no Telegram”.