Um estudo da University of California San Diego School of Medicine apontou que a prevalência de sintomas neurológicos após ter Covid-19 afeta 67% das pessoas. A extensão dos sintomas, considerada parte da chamada covid longa, pode ocorrer até seis meses após a melhora da doença.
Ao todo, 56 pessoas participaram da análise, que usou exames de avaliação cognitiva, questionários e uma tomografia antes e após a infecção pela Covid.
Os dados coletados no início da doença mostraram que 89% dos participantes tinham fadiga e 80% dores de cabeça. Entre os sintomas neurológicos constavam a perda de memória e de concentração, além de insônia. A maioria (80%) também ressaltou que os sintomas estavam afetando sua qualidade de vida.
No retorno, após os seis meses de acompanhamento, apenas 33% afirmaram que se sentiam totalmente curados. Os outros 67% ainda relataram os sintomas neurológicos, principalmente a perda de memória e de concentração, embora tenham se tornado menos grave.
Os cientistas ainda destacaram que, antes de testarem positivo para Covid-19, nenhum dos participantes tinham algum tipo de condição neurológica existente. O estudo foi publicado na revista Annals of Clinical and Translational Neurology.
Covid e os sintomas neurológicos
Este não é, no entanto, o primeiro estudo a apontar que a Covid-19 pode causar sintomas neurológicos persistentes em pacientes. Ainda em 2020, quando se deu a pandemia, um artigo escrito por Jeremy Rossman, professor em virologia e Presidente da Research-Aid Networks, analisou diversos estudos e constatou que o sintoma neurológico deveria ser adicionado à lista de sintomas da Covid.
Uma outra pesquisa, realizada pela Escola de Medicina da Universidade de Pittsburgh, nos Estados Unidos, mostrou que 44% das crianças infectadas que precisam de hospitalização também desenvolveram problemas neurológicos.
Uma análise provisória do Estudo Global Consortium de Disfunção Neurológica ainda alertou que pacientes com sintomas neurológicos vindos da Covid-19 tinham seis vezes mais probabilidade de morrer do que aqueles sem complicações do tipo. O artigo foi publicado no JAMA Network Open.
Já assistiu aos novos vídeos no YouTube do Olhar Digital? Inscreva-se no canal!
Fonte: Olhar Digital
Comentários