O acionista da Tesla, Solomon Chau, entrou na quinta-feira (16) com ação judicial contra a fabricante de carros e o CEO Elon Musk e seu conselho por negligenciarem queixas de discriminação e assédio e gerarem “uma cultura tóxica no local de trabalho”. O processo é mais um capítulo na extensa lista de denúncias contra a montadora americana.

Representado pelo Kendall Law Group, Chau diz no processo, segundo a agência de notícias Reuters, que a cultura de trabalho tóxica na Tesla causou “danos financeiros e irreparáveis à reputação da empresa”. A ação acusa Musk e 11 membros do conselho administrativo de terem violado seu dever fiduciário ao não abordar e remediar alertas relacionados a relatórios internos sobre discriminação e assédio.

Como consequência, diz o processo, a Tesla acabou perdendo funcionários de alta qualidade e incorrendo em custos para defender casos e pagar multas por violações de comportamento. Por enquanto, nem Chau nem a empresa americana se pronunciaram sobre a questão.

Elon Musk durante inauguração de gigafábrica da Tesla no Texas
Musk: acusado de negligenciar queixas de discriminação e assédio na Tesla (Reprodução/YouTube/Tesla)

Na SpaceX, outra empresa de Musk, cinco funcionários foram demitidos nesta sexta-feira (17) por criticarem o magnata por motivos semelhantes, segundo o jornal The New York Times. Em carta a executivos da startup, o grupo pedia por uma cultura de trabalho mais inclusiva e reivindicava a necessidade de uma resposta uniforme a “formas de comportamento inaceitáveis”.

Neste caso, trata-se de uma menção indireta à acusação contra Musk de assédio sexual em jato particular. Segundo fontes internas da SpaceX, os tweets do magnata sobre o caso, sempre marcados por leve grosseria, deixaram parte dos funcionários envergonhados. “Ele muitas vezes não percebe como algo que diz pode afetar os outros”, relatou à Reuters um trabalhador da empresa que não quis se identificar.

Musk prepara demissões no Twitter

Ainda nesta semana, Musk também teve sua primeira reunião com funcionários do Twitter e as notícias não foram boas. Segundo o The New York Times, o empresário afirmou a investidores que planejava cortar 900 dos 7 mil trabalhadores na companhia. Durante a reunião, Musk não negou as prováveis demissões.

“Os custos são maiores do que a receita no momento”, disse o magnata sul-africano. “Essa não é uma situação boa. A empresa precisa ser saudável.”

Em abril deste ano, Musk anunciou que iria comprar o Twitter por US$ 44 bilhões. Até o momento, no entanto, o negócio ainda não se concretizou, diz o empresário, pelo fato de a empresa não ter informado a proporção de contas falsas na plataforma. Há ainda outros detalhes a acertar, incluindo o cumprimento de obrigações jurídicas com o governo.

Crédito da imagem principal: Steve Jurvetson/Wikimedia/CC

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