Assim como a Tesla vem renovando a mentalidade do mercado sobre automóveis, a empresa alemã Tree Energy Solutions (TES) quer se tornar referência em energia verde, construindo o maior portfólio mundial de projetos de hidrogênio até 2030, à medida que busca mudar “a maneira antiga de pensar sobre energia”.

Energia renovável e sustentável é a proposta da empresa verde TES para “mudar a maneira de pensar sobre energia”. Imagem: TES

Com o apoio da AtlasInvest, uma companhia de investimento privado da Bélgica focada no setor de energia, a TES está adotando novas tecnologias que envolvem o uso de hidrogênio para produzir metano sintético, mais fácil de transferir para a infraestrutura da empresa que será construída na Europa e foi projetada para não produzir emissões, com vazamento zero.

Segundo a TES, uma rede de fornecimento de hidrogênio poderia aumentar a segurança energética da Europa em um momento em que o bloco busca reduzir sua dependência do gás natural da Rússia após a invasão da Ucrânia por Moscou.

“É como se a Tesla estivesse perturbando a velha maneira de fazer e pensar em automóveis, queremos que a TES esteja perturbando a velha maneira de pensar sobre energia”, disse Marco Alvera, CEO da TES, em entrevista à agência de notícias Reuters. Segundo Alvera, os projetos envolveriam bilhões de dólares.

Entre as preocupações atuais em torno do hidrogênio está o fato de que ele é caro e difícil de transportar, pois requer temperaturas muito mais frias do que o gás natural liquefeito (GNL) e tem riscos de inflamabilidade e vazamento. Converter hidrogênio em amônia é uma das soluções para minimizar riscos.

Para a TES, os planos envolvem a fusão de dióxido de carbono (CO2) e hidrogênio para criar metano sintético, que pode ser enviado para instalações na Europa, oferecendo uma fonte barata de energia renovável com o custo estimado em US$25 (aproximadamente, R$125) por megawatt/hora (MWh).

“Um barril de petróleo custa cerca de US$70 por MWh, gás natural em torno de US$80/MWh, portanto, embora o gasto de capital possa ser muito alto, as despesas operacionais para hidrogênio serão mais baratas”, disse Alvera. “O mundo agora concorda que o hidrogênio estará entre 15 e 35% do mix de energia limpa e isso exigirá bilhões de dólares em investimentos em infraestrutura”.

Segundo o copresidente executivo da TES, Paul van Poecke, a empresa está em negociações com vários potenciais produtores do Oriente Médio e da região do Golfo para usar sua infraestrutura de GNL existente para enviar metano sintético. Ele disse que alguns acordos podem ser anunciados até o final de 2022 ou até o início do próximo ano.

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