A locomoção é um dos principais obstáculos (literalmente) de muitos robôs criados para atuarem na indústria e até mesmo em tarefas do cotidiano, já que um simples móvel fora do lugar pode prejudicar o trajeto programado e nem toda máquina é capaz de conseguir desviar facilmente Pensando nisso, um grupo de cientistas criou um software que permite que um humano ajude robôs a enxergarem o ambiente.

O software BLIND, desenvolvido por pesquisadores da Rice University, coloca o humano como parte do circuito de um robô. Segundo a publicação, a principal ajuda dos “guias” é evitar movimentos inseguros dos robôs e ajudar em sua percepção. Ao invés de fazer o movimento completo diretamente, a máquina sabe que um humano vai interferir no processo para ajudar. 

Humanos ajudando robôs

O exemplo usado é do robô braço Fetch, que conta com sete articulações. Programar esse tipo de máquina para desviar de objetos inesperados é uma tarefa complicada e quanto mais articulações, mais complicado fica o processo. 

Nos testes, o robô tinha como missão mudar de lugar um pequeno cilindro em cima de uma mesa, mas no caminho precisava enfrentar uma barreira como obstáculo. Em vez de programar uma trajetória antecipadamente, o BLIND insere um processo intermediário humano para refinar as opções coreografadas.

“BLIND nos permite obter informações na cabeça do humano e calcular nossas trajetórias neste espaço de alto grau de liberdade. Usamos uma forma específica de feedback chamada crítica, basicamente uma forma binária de feedback em que o humano recebe rótulos em partes da trajetória”, explica  Carlos Quintero-Peña, da Escola de Engenharia George R. Brown.

Os rótulos são pequenos pontos verdes que aparecem no trajeto e indicam que o robô deve aguardar um humano para verificar se o movimento está sendo feito de forma correta. “É uma interface fácil para as pessoas usarem, porque podemos dizer ‘gosto disso’ ou ‘não gosto disso’, e o robô usa essa informação para planejar”, ​​finaliza Constantinos Chamzas, da George R. Brown School. de Engenharia.