Andrew Bedwell pretende estabelecer um novo recorde mundial ao cruzar o Oceano Atlântico com um barco que tem o tamanho de uma poltrona, basicamente. O inglês de 48 anos de idade já está se preparando para a façanha, a bordo do minúsculo “Big C”, construído pelo experiente marinheiro em sua casa nos últimos três anos.
Atualmente, Bedwell vem realizando testes de estabilidade no mar, mais especificamente na região de Whitehaven, Inglaterra. São preparações necessárias para a realização da viagem cruzando o Atlântico, programada para começar em maio de 2023.
O aventureiro está buscando financiamento para realizar seu desafio, incluindo uma campanha na plataforma GoFundMe, criada no mês passado e que arrecadou apenas £ 900 da meta de £ 35.000 até o momento. Isso significa algo como R$ 5.713 de um total necessário de R$ 222.184 em valores convertidos hoje (23). O que for coletado será usado pelo marinheiro da “poltrona” em eletrônicos, equipamentos de segurança, trabalhos de divulgação, combustível para uma embarcação de apoio e por aí vai.
Um barco de 140 centímetros navegando pelo Atlântico
O Big C é feito em fibra de carbono e pesa 600 kg, medindo apenas 140 centímetros de comprimento. Resumidamente, há espaço suficiente para ele se sentar, mas não esticar as pernas (um “conforto” que parece até menor que o de uma poltrona). Bedwell estima que a viagem de sua busca pelo recorde levará de 60 a 90 dias, com o barco se movendo a 4,7 km/h.
Em sua estrutura, há um único mastro com vela de proa dupla e um dossel de proteção. Uma cúpula resistente e transparente deixa somente a cabeça do marinheiro visível àqueles ao redor. O barco conta ainda com painéis solares na parte traseira, um gerador interno a manivela e todos os equipamentos necessários para que o trajeto pelo Atlântico seja feito legalmente.
São itens como sistema de rastreamento, Sistema de Identificação Automática (AIS), rádio VHF, bússola dedicada, dois lemes e uma unidade de dessalinização bombeada manualmente. Porém, diante do exageradamente reduzido tamanho do Big C, não há banheiro, e não será levado papel higiênico na embarcaçãozinha.
Uma montanha-russa “dentro de uma lixeira”
A travessia será algo como ficar “preso em uma lixeira, em uma montanha-russa por 90 dias”, brinca Bedwell sobre o tamanho limitado do veículo. Sua alimentação será à base de barras de proteína devidamente distribuídas nas paredes da pequena embarcação, uma para cada dia da empreitada. O aventureiro também levará apenas um conjunto de roupas (e talvez uma escova de dentes), ficando sem sabonetes para higiene e sem qualquer tipo de aparelho eletrônico para se distrair um pouco com música ou algo do tipo (quando as águas do oceano estiverem calmas).
Em uma pequena garrafa de tempero, o aventureiro vai carregar as cinzas de Tom McNally, falecido em 2017. O também marinheiro inglês bateu o recorde de cruzar o Atlântico com o menor barco, em 1993 (com um barquinho de 162 centímetros e que serviu de base para o projeto do Big C de Bedwell).
Esta será uma homenagem que foi prometida à filha de McNally. Por falar em recordes, o atual desta travessia com a menor embarcação pertence ao americano Hugo Vihlen, com um veículo medindo alguns milímetros menos, em uma viagem realizada no mesmo ano de 1993.
A jornada de 3.058 km vai começar em Newfoundland, Canadá, e terminará em Cornwall, Reino Unido. Você pode acompanhar o aventureiro em sua página no Facebook. E há ainda um fundo beneficente na aventura: o dinheiro que Andrew Bedwell conseguir arrecadar no desafio será destinado a pesquisas de combate ao câncer, outra homenagem a McNally, que faleceu de câncer no rim.
Fonte: Olhar Digital
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