No fim de maio, um painel na área de embarque do aeroporto Santos Dumont, no Rio de Janeiro, sofreu um ataque virtual e, em vez de anúncios publicitários, exibiu imagens pornográficas. A Infraero acionou a PF (Polícia Federal) para investigações e notificou a empresa responsável pela gestão das telas digitais, mas o caso (veja abaixo) acabou ganhando notoriedade nas redes sociais.
Segundo Igor Vazzoler, CEO da Progic, empresa de tecnologia para sinalização digital com mais de 5 mil telas em operação no Brasil, a invasão de painéis públicos ocorre em função de má configuração de softwares. Ele cita a importância das empresas terem atenção redobrada à governança de TI (tecnologia da informação) para evitar ataques do tipo.
“A principal vulnerabilidade dos sistemas sempre foi e continuará sendo o usuário”, explica Vazzoler, em nota. “É preciso se atentar à gestão de credenciais e ao uso de metodologias de autenticação seguras, como duplo fator de autenticação, autenticação federada, senhas fortes, entre outros.”
Além disso, Vazzoler fala sobre a necessidade de uso de equipamentos profissionais que funcionem de forma autônoma para gerir telas digitais. “Eles funcionam com memória de sistema operacional read-only, ou seja, imutáveis, e não possuem entradas de controle, como USB para mouse e teclado. Além disso, deve-se utilizar uma rede exclusiva de internet para a conexão com as TVs”, disse o especialista, que atua há mais de 15 anos no mercado.
Falhas mais frequentes
As falhas que mais acarretam invasões, segundo Vazzoler, envolvem o uso de computadores convencionais para a reprodução do conteúdo — dispositivos inapropriados para uso de telas digitais. Máquinas deste tipo possuem entradas físicas, como mouse e teclado, e acabam representando grande risco para a segurança da informação do sistema.
A utilização de softwares de acesso remoto, como o TeamViewer e o LogMeIn, também facilitam invasões. Embora tenham criptografia de ponta a ponta, nem sempre esses programas são executados de forma protegida. “Qualquer problema que afeta a disponibilidade, a integridade e a confidencialidade dos conteúdos veiculados são considerados como falhas de segurança de informação”, pontua.
Crédito da imagem principal: Minseok Kwak/Unsplash/CC
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Fonte: Olhar Digital
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