Conforme noticiado pelo Olhar Digital no início da semana, uma mancha solar denominada AR 3038 dobrou de tamanho entre domingo (19) e segunda-feira (20) à noite. Segundo informações da Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos EUA (NOAA), ela vem mantendo esse ritmo crescente e, atualmente, já está com quase o triplo do tamanho da Terra, para onde está direcionada.
“A mancha solar tem dobrado de tamanho a cada dia e está com mais de 2,5 vezes o tamanho da Terra”, disse C. Alex Young, diretor associado da Divisão de Ciência Heliofísica do Goddard Space Flight Center, da NASA, ao jornal USA Today.
Imagens captadas pelo Observatório de Dinâmica Solar da agência mostram como a região vem evoluindo.“A mancha AR 3038 tem um campo magnético ‘beta-gama’ instável, que abriga energia para erupções solares classe M”, revelaram os especialistas do site Spaceweather.com na última terça-feira (21).
De acordo com a classificação estabelecida internacionalmente, as erupções solares M são o segundo tipo mais forte, dentro de uma escala distribuída entre as categorias A, B, C, M e X (da mais fraca à mais poderosa delas).
No entanto, felizmente, as previsões não se confirmaram. Young disse que a mancha está produzindo pequenas erupções solares, mas “não tem a complexidade para as maiores chamas”. Segundo ele, há 30% de chance de a mancha solar produzir sinalizadores de tamanho médio e 10% de chance de criar tempestades mais potentes.
De acordo com W. Dean Pesnell, cientista do Observatório de Dinâmica Solar, a mancha solar AR 3038 é uma região ativa de “tamanho modesto” que “não cresceu anormalmente rápido” e ainda é um pouco pequena. “É exatamente o tipo de região ativa que esperamos neste momento do ciclo solar”, disse ele.
Andrés Muñoz-Jaramillo, cientista-chefe do SouthWest Research Institute, entidade baseada em San Antonio, no estado norte-americano do Texas, disse que não há nada para as pessoas na Terra se preocuparem. “Quero enfatizar que não há necessidade de pânico. Isso acontece o tempo todo, e estamos preparados e fazendo tudo o que podemos para prever e mitigar seus efeitos”.
Rob Steenburgh, líder interino do Centro de Previsão do Tempo Espacial (SWPC) da NOAA, revelou que, por enquanto, a mancha solar AR 3038 causou erupções de grau C, e não de classe M, como era esperado.
No entanto, ele enfatiza que isso ainda não está descartado. “Embora não tenha havido sinalizadores M ou X desta área, há um potencial para sinalizadores mais intensos na próxima semana”.
Um sinalizador M9, o mais violento da classe M, tem o potencial de causar um apagão de rádio com até 10 minutos de duração nas áreas atingidas pela ejeção de massa coronal (CME) na Terra.
Além disso, se entrarem diretamente em contato com a esfera magnética da Terra, as partículas carregadas de radiação liberadas por essas explosões, que são lançadas à incrível velocidade de 1,6 milhão de km/h, também podem interferir no sinal GPS, impactando sistemas de comunicação e navegação. “As partículas de uma CME também podem colidir com eletrônicos cruciais a bordo de um satélite e interromper seus sistemas”, alerta a NASA, em comunicado.
Outra consequência possível da colisão da massa coronal ejetada pelo Sol com átomos da parte superior da atmosfera da Terra é a formação de espetáculos de luzes coloridas conhecidos como auroras. Quando acontecem no hemisfério norte, são chamadas de auroras boreais. No hemisfério sul, são as auroras austrais.
Normalmente, após uma tempestade solar, demora alguns dias para as partículas chegarem à Terra, quando direcionadas para o nosso planeta.
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Fonte: Olhar Digital
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