Pesquisadores da Georgia State University descobriram que, mesmo sendo a cepa com mais mutações, a Ômicron é a variante que causou infecções menos graves quando comparada a Delta, Alfa e Beta. A linhagem também é a responsável por um número menor de mortes.

As descobertas, publicadas na revista Viruses, oferecem novas informações sobre como o vírus da Covid-19 muda ao longo do tempo e como essas mudanças estão levando a diferentes tipos de infecções. Segundo Mukesh Kumar, professor assistente de biologia e pesquisador principal do estudo, é importante tentar prever o comportamento dos microrganismos, já que isso pode alertar para doenças mais fortes e fatais. 

Covid-19: variante Ômicron é a que causa infecções menos graves, diz estudo. Imagem: shuterstock

“Dada a velocidade com que as variantes surgiram ao longo da pandemia e podem continuar a surgir, sempre queremos prever como elas se comportarão. Queremos saber se as próximas variantes se tornarão mais letais que as anteriores, ou mais fracas, ou se é um processo aleatório”, explicou o especialista. 

De acordo com o Medical Xpress, que divulgou a pesquisa, para chegar aos resultados os pesquisadores analisaram o efeito das variantes em camundongos. Os dados apontaram que as infecções pelas cepas Alfa, Beta e Delta levam a níveis mais altos de vírus nos pulmões e cérebro, além de perda significativa de peso e uma taxa de mortalidade de 100%. 

Já a Ômicron mostrou níveis mais baixos de inflamação pulmonar, além de uma taxa de 50% de mortalidade. 

“Em camundongos, a ômicron foi significativamente menos eficiente do que as outras variantes que testamos, apesar de carregar o maior número de mutações”, disse Kumar. “Isso acompanha os dados epidemiológicos que sugerem que o vírus ômicron causa patologia menos grave em humanos do que as cepas anteriores”. 

Kumar ainda ressaltou que estudos anteriores usavam apenas o vírus original da Covid-19 para comparação, o que foi útil, mas não informativo para o atual período. Os insights sobre a patogênese das variantes vão ajudar a entender melhor o processo das cepas atuais e também das que possam surgir.