Por Thais Sampaio
O diagnóstico de um paciente em qualquer área médica pode ser definido como uma das etapas mais importantes no processo de tratamento, seja sobre qual doença ou necessidade for. A odontologia não é uma exceção, especialmente no que se refere a procedimentos ortodônticos. A análise do sorriso da pessoa e a sua sistematização é fundamental para que ela alcance o resultado desejado e planejado pelos especialistas envolvidos na operação. Felizmente, estamos diante de uma era em que os protocolos clínicos de jornadas odontológicas são cada vez mais auxiliados pela tecnologia utilizada por healthtechs e novas empresas do setor, que também contam com um time de dentistas – e profissionais de planejamento no geral – qualificados.
Primeiramente, é importante ressaltar que protocolar corretamente uma trajetória clínica revela o caminho a ser seguido para tratar o cliente da melhor maneira. Com isso, é possível, por exemplo, identificar se as raízes dos dentes do paciente têm uma boa estrutura e se estão bem alocados. Assim, o especialista sabe exatamente que tipo de alinhamento fazer e a média de tempo que deverá levar para solucionar o respectivo caso. Aliás, um segmento que comprova como bons protocolos trazem precisão é o de alinhadores transparentes. Com a aplicação de aproximadamente 200 mil tratamentos do tipo por ano, segundo estimativas do setor no Brasil, a tecnologia já tem o potencial de substituir 70% do mercado odontológico de brackets e, por consequência, dominar a categoria.
Voltando ao contexto inicial, por outro lado, quando a fase de diagnóstico não é bem trabalhada, diversos problemas podem ser gerados para o paciente ao longo do seu tratamento. Peguemos mais uma situação hipotética: se durante a análise do sorriso e da radiografia a pessoa apresentar um dente que não é saudável e mesmo assim prosseguir com o uso dos alinhadores, as movimentações dentárias e força da mastigação tendem a causar a quebra desse dente. É uma consequência grave, afinal, há plenas possibilidades de ser evitada no diagnóstico.
É nesse sentido que a tecnologia entra como uma grande aliada dos protocolos clínicos, a começar pela digitalização de procedimentos. Nas healthtechs, as fichas de avaliação, geralmente, são preenchidas pelos dentistas parceiros de maneira digital, após o cliente já ter se consultado com um desses profissionais em um primeiro momento. A tendência para o documento é a de seguir padrões específicos, no sentido de formato, mas que o especialista consiga personalizá-lo de acordo com as necessidades e queixas do paciente.
Já quando partimos para o trabalho de análise em si, torna-se ainda mais perceptível a importância de novas ferramentas. O escaneamento 3D é um dos grandes expoentes da praticidade e agilidade tomada nas jornadas odontológicas modernas, pois é muito mais fiel e preciso que o molde de gesso, geralmente utilizado para iniciar o tratamento com aparelho fixo tradicional. Assim, o dentista e o paciente conseguem visualizar, literalmente, a trajetória do tratamento com mais clareza, tanto antes da transformação do sorriso como depois, promovendo a transparência de resultados.
Por fim, vale reforçar que a inteligência de dados também é um grande diferencial dos protocolos clínicos contemporâneos. Atualmente, os aplicativos das startups têm a capacidade de agendar consultas, acompanhar a jornada dos clientes e oferecer qualquer auxílio da equipe de suporte para eventuais problemas, junto de um registro de informações totalmente claro e disponível. Dentro desse contexto, minimizamos a ocorrência de imprevistos clínicos durante o tratamento.
Não realizar um protocolo adequado de avaliação e diagnóstico é mais do que um erro. Essa ação é prejudicial à própria companhia, que bloqueia uma aproximação com o cliente e, consequentemente, um atendimento individualizado, ágil e eficaz. Em uma época em que a tecnologia viabiliza a democratização da ortodontia, sem que se perca qualidade ou o acompanhamento humanizado e ainda gere um processo de desburocratização, a transparência não é mais opcional. Se essas empresas seguirem o mesmo caminho de algumas startups do setor que documentam toda a sua atuação com ferramentas de última geração, poderemos ver diagnósticos mais assertivos e, portanto, sorrisos alinhados em mais rostos no futuro.
Thais Sampaio é gerente clínica da Smilink
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Fonte: Olhar Digital
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