O movimento Sleeping Giants e o coletivo Intervozes notificaram a BlackRock, segunda maior acionista da Alphabet (dona do Google). No documento, eles pedem à empresa que explique por que, no Brasil, o Google é negligente com o uso dos seus serviços de publicidade para impulsionamento de ataques ao sistema eleitoral e a políticas ambientais.
Na última quinta-feira (23), o Google passou a divulgar, em relatório, parte de quem paga anúncios políticos na busca e no YouTube. Diferentemente de outros países, no entanto, os critérios no Brasil excluem titulares e candidatos a cargos estaduais e municipais. Mesmo com a maior parte de investimentos em publicidade desses atores políticos sendo paga com recursos públicos, como o Fundo Eleitoral, o Fundo Partidário e verbas de gabinete.
“Grande parte do impulsionamento de conteúdos com ataques ao sistema eleitoral e aos povos tradicionais, por exemplo, são feitos por políticos nas esferas municipal e estadual”, diz o movimento Sleeping Giants, em nota.
Para se ter uma ideia, nos EUA, é possível verificar não apenas anúncios para cargos estaduais como os que tratem de “referendo, uma iniciativa ou uma proposta qualificada para ser votada no estado em questão”. No Brasil, entretanto, essa dimensão de uso não estará disponível.
Conflito humanitário
O Sleeping Giants ainda denunciou à BlackRock que as atividades do Google no Brasil conflitam com princípios internacionais expressos no Pacto Global da ONU (Nações Unidas) e com os Princípios Orientadores da entidade para negócios e direitos humanos. Segundo o coletivo, a plataforma trata o Brasil “com desigualdade” e, por conta disso, pede seu desinvestimento. A Black Rock detém 4,4% das ações na Alphabet.
Os relatórios integrais de publicidade política já estão disponíveis para 34 países. Nos Estados Unidos, o relatório já é disponibilizado desde 2018, assim como nos países da União Europeia, Reino Unido, Israel, Austrália, Índia, Nova Zelândia e Taiwan.
Crédito da imagem principal: Rafapress/Shutterstock
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Fonte: Olhar Digital
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