*Por Gabriel Sacramento
Desde a Copa de 70, em que o mundo começou a assistir o evento em cores, há uma atenção cada vez mais crescente aos detalhes que envolvem a Copa do Mundo de futebol. Trata-se, afinal, do evento esportivo mais relevante do mundo e mais assistido.
Por isso, símbolos que representam a Copa ajudam a torná-la memorável ao longo das épocas. É normal pensar que o mascote da Copa assume esse posto, mas na verdade a bola da Copa do Mundo é o principal símbolo.
No início, nem mesmo se tinha uma única bola, sem nenhum tipo de glamour associado. Hoje, a escolha envolve repercussão e a bola fica marcada como uma representante da cultura e da tradição do país-sede.
Continue acompanhando o texto porque vamos falar tudo o que você precisa saber sobre a bola da Copa do Mundo de 2022, que vai ser sediada no Catar.
A história da Copa do Mundo
O evento esportivo mais importante e mais relevante não começou com toda essa fama. Aliás, a primeira Copa, sediada no Uruguai, só aconteceu lá por conta do outro grande evento esportivo que existia, os Jogos Olímpicos.
A recém-criada Fifa resolveu presentear o Uruguai com a Copa por eles terem ganhado as últimas duas edições dos jogos. O resultado? A seleção uruguaia entrou para a história como a primeira campeã.
1930-1970
A Fifa foi fundada em 1904. E desde então eles tentaram organizar um evento mundial de futebol, envolvendo diversos países. Contudo, a Primeira Guerra Mundial aconteceu e atrapalhou bastante os planos.
Somente em 1930 tivemos a primeira edição da Copa do Mundo. Com apenas 13 participantes e muitas seleções americanas, foi um formato totalmente incomum com relação ao que a Copa viraria depois. Evidentemente, o Brasil, único participante de todas as Copas, estava no meio.
Seleções como a Alemanha e a Itália, que se tornaram duas grandes potências, não participaram.
A primeira edição foi organizada na gestão de Jules Rimet (que inclusive fez de tudo para que a Copa fosse sediada em seu país, a França).
Em 1934 e 1938, as Copas foram vencidas pela Itália, em um formato com 16 e 15 seleções, respectivamente. Depois, a Segunda Guerra Mundial impediu as Copas de 1942 e 1946.
Então, só tivemos Copa em 1950. Essa é bastante conhecida pelos brasileiros por ter sido a primeira Copa sediada aqui e marcar a construção do Maracanã, reconhecido como um dos maiores símbolos do nosso futebol.
Infelizmente, o Brasil perderia aquela Copa na final para o Uruguai, que se tornava bicampeão.
Na primeira Copa no Brasil, tivemos um grande avanço nas regras do futebol: a numeração nas camisas. Isso é algo que é tão comum hoje, mas que foi revolucionário para a época.
Na Copa de 58, o Brasil finalmente começaria sua hegemonia no futebol, que o levou ao posto de maior ganhador de títulos. Até hoje, é também o maior pontuador na somatória de todas as edições.
O Brasil ganhou também em 1962 e em 1970, nas Copas sediadas no Chile e no México, respectivamente. Em 1966, tivemos mais um caso de um país-sede vencendo a competição, a Inglaterra (já tinha acontecido com Uruguai e Itália).
1970-1994
A Copa do Mundo de 1970 foi um marco pela transmissão em cores na televisão. Assim, já começou a tornar o evento esse grande sucesso de visibilidade que é hoje.
Também foi a primeira Copa com punições de cartões vermelhos e amarelos para faltas e infrações em campo. A ideia era lidar com a dificuldade de comunicação com pessoas que falavam diferentes línguas.
Em 1970, o Brasil se tornaria o maior ganhador de Copas até aquele momento, com três — sendo que o Rei Pelé estava em todas elas.
Em 1974 e 1978, os dois países-sede venceram a Copa: Alemanha e Argentina. Ambas venceram a Holanda. Em 1978, começaram as disputas de pênaltis para decidir partidas empatadas.
Em 1990, a seleção brasileira foi eliminada nas oitavas de final de forma traumática. A Alemanha se tornou campeã mais uma vez e virou tricampeã, assim como o Brasil e a Itália.
Aliás, essas três são até hoje as maiores seleções em termos de título, finais e pontuações em Copas.
1994-2010
Em 1994, o Brasil ganhou o tetracampeonato e voltou a ser o país com mais títulos. Já em 2002, no Japão/Coreia do Sul, ganhou novamente e virou pentacampeão.
Em 1998, na Copa da França, tivemos uma mudança importante no número de seleções, padrão que permanece até hoje: 32 seleções.
Já 2010 marcou história por ser sediada na África do Sul, a primeira e única Copa sediada na África.
2010 até hoje
Em 2014, a Copa volta para o Brasil, mais de 60 anos depois. A Alemanha ganhou a Copa, se tornou tetracampeã e ficou conhecida por aplicar a maior goleada na seleção brasileira em uma Copa: 7 a 1.
Em 2014, surgiu uma nova tecnologia para verificar os gols. Trata-se de um chip na bola que indica para o árbitro quando a bola cruza a linha do gol.
A Copa de 2018 foi na Rússia e foi vencida pela França.
Finalmente, chegamos em 2022, para a Copa do Catar, que marcará a chegada de uma inovação para detectar impedimento. A bola da Copa do Mundo do Catar também é um destaque à parte, como veremos mais adiante.
Bola da Copa do Mundo de 2022: tradição com a escolha dos nomes
As bolas da Copa do Mundo nem sempre foram um símbolo representativo do país. No começo, nem mesmo havia uma única bola para todos os jogos.
Ainda se disputava, inclusive, quem escolheria a bola a ser usada em cada jogo. Na final de 1930, Argentina e Uruguai chegaram a um acordo de jogar cada tempo com uma bola diferente, de modo a agradar aos dois lados.
Não havia uma tecnologia de qualidade para bolas, como temos hoje, por isso o que se tinha eram bolas pesadas, que machucavam os jogadores.
A Copa de 1950 foi a primeira em que um único modelo foi usado em todos os jogos.
Em 1958, chegamos ao nível de ter um concurso para escolha da bola da Copa. A bola que venceu foi uma do próprio país-sede, a Suécia.
Em 1970, tivemos uma mudança considerável no padrão e na qualidade das bolas. A empresa alemã Adidas passou a ser a fornecedora, o que continua até hoje. Tivemos então uma bola menos pesada, com um pouco mais de foco na estética: a Telstar.
Na Copa da Argentina, em 1978, tivemos a primeira bola com um nome especial, referente à tradição e à história do país, algo que viraria comum: Tango. Em 1986, na Copa do México, tivemos uma bola chamada Azteca.
A bola da Itália em 1990 foi chamada de Etrusco Único, em referência aos povos que viveram no local que hoje é a Itália. Nesse momento, a Adidas não só pensava nas cores, como também em questões de design para homenagear o país em questão.
A bola de 1994, por exemplo, tinha um design inspirado nas viagens espaciais, algo feito para celebrar as conquistas dos Estados Unidos. Já a de 98 trouxe cores, incluindo as principais da bandeira francesa.
A bola de 2006 foi chamada de Teamgeist, termo em Alemão para “espírito de equipe”, com uma referência ao estilo de jogo dos alemães. A de 2010 talvez seja a mais famosa de todas: a Jabulani (que significa “celebrar” no idioma isiZulu). Foi extremamente criticada por vários dos jogadores.
A bola de 2014 foi chamada de Brazuca, enquanto a de 2018 foi uma referência à primeira bola da Adidas, a Telstar 18.
Qual o nome da bola da Copa de 2022?
A bola da Copa do Mundo de 2022 é a Al Rihla. O nome significa “a viagem” em árabe.
Bola da Copa do Mundo 2022: nome e conceito da Al Rihla
Inovações e design da Al Rihla
A Al Rihla traz um design moderno, com elementos visuais que passam a ideia de movimento e velocidade. Isso porque uma das suas principais inovações é o fato de ser a bola mais rápida da história das Copas, para suportar o ritmo do futebol contemporâneo.
A ideia é ser uma bola que facilite um ritmo crescente de velocidade, de troca de passes e de lançamentos.
Traz referências também à cultura, à história e às construções do país.
Até porque fazer uma Copa em seu país, hoje, é uma boa forma de divulgar a sua cultura e trazer pessoas de fora para gerar renda com turismo e negócios. Por isso, a bola deve refletir esses aspectos.
Quanto custa a Al Rihla?
A bola da Copa de 2022 custa R$ 179,99 em uma versão de treinamento, R$ 249,99 em uma versão liga e R$ 999,99 na versão Pro.
Há também a minibola, que custa apenas R$ 99,99.
Conclusão
A bola da Copa do Mundo de 2022 traz em seu design e em suas inovações referências à tradição cultural do país-sede, o Catar.
Segue o modelo e a estratégia de todas as bolas desde a Copa de 1970, quando a FIFA começou a focar um pouco mais no desenvolvimento delas.
A cada modelo, novos elementos surgem para tornar o futebol mais interessante de ser jogado e distante do que era a realidade nas primeiras edições.
Fonte: Olhar Digital
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