Gazprom suspendeu as operações nesta segunda-feira, 11, devido às obras; governos, mercados e empresas temem que a paralisação possa ser estendida
A Europa começou a viver nesta segunda-feira, 11, uma onda de incerteza e apreensão por conta do fornecimento do gás russo, do qual é dependente. Isso acontece porque o Gazprom iniciou obras de manutenção no gasoduto Nord Stream 1, que transporta grande parte do gás que ainda fornece para a Alemanha e outros países do oeste da Europa, com previsão de interrupção dos fluxos por 10 dias, mas governos, mercados e empresas estão preocupados que a paralisação possa ser estendida por causa da guerra na Ucrânia. “O Nord Stream está parado (…) o que significa que o gás deixou de circular”, confirmou o ministério alemão da Economia. A operação, que se trata de uma formalidade, gerou questionamentos e dúvidas entre os europeus.
“Putin vai fechar a torneira do gás para nós… mas voltará a abrir algum dia?”, questionou o jornal Bild no domingo. “Enfrentamos uma situação sem precedentes, tudo é possível”, admitiu o ministro alemão da Economia, Robert Habeck, no fim de semana. “É possível que o gás volte a fluir, inclusive em maior quantidade do que antes. É possível que não chegue mais nada e devemos nos preparar para o pior, como sempre”, acrescentou. Para a Itália e Áustria houve uma redução de um terço e 70%, respectivamente, informaram as empresas de energia italiana Eni e austríaca OMV. Os dois países são abastecidos em parte pelo gasoduto TAG, que passa pela Ucrânia, mas também pelo Nord Stream 1. Entretanto, nas últimas semanas, a Rússia, alegando problemas técnicos, já tinha reduzido 60% do fornecimento de gás através do Nord Stream, uma decisão denunciada como “política” por Berlim.
Desde que o conflito no Leste Europeu começou no dia 24 de fevereiro, o fornecimento do gás russo sempre foi um tema que preocupou os europeus, principalmente por causa das sanções que tem sido impostas tanto pelo Ocidente como por Vladimir Putin. Logo no início, a Alemanha fechou outro gasoduto russo que deveria entrar em funcionamento – o Nord Stream 2 – e se esforça para reduzir a dependência do gás de Moscou. Mas a dependência permanece elevada: 35% de suas importações de gás procedem da Rússia, contra 55% antes da guerra. E mais de 50% da calefação das residências precisa do gás.
Uma paralisação permanente do Nord Stream 1 não afetaria apenas a maior economia europeia. Uma interrupção prolongada do abastecimento agravaria então a crise energética que já afeta a Europa, com preços em alta e o temor de um inverno muito difícil. Segundo o site do Nord Stream, o gás que chega à Alemanha, à localidade de Lubmin, é transportado em seguida para Bélgica, Dinamarca, França, Grã-Bretanha, Holanda e outros países. Por causa dos últimos acontecimentos, na Alemanha, as autoridades já examinam planos de racionamento. “Se não recebermos mais gás russo (…) temos reservas atualmente para um mês ou dois”, explicou Klaus Muller. A Câmara Baixa da Alemanha, o Bundestag, aprovou na quinta-feira, 7, um plano de economia energética. O Parlamento acabou com a calefação acima de 20 graus no inverno e cortou a água quente nos banheiros individuais.
*Com informações da AFP e Reuters
Fonte: Jovem Pan News
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