A Unity, empresa dona do motor gráfico de mesmo nome, responsável por uma boa parcela de jogos que circulam no mercado, anunciou uma fusão com a ironSource, especializada em monetização para diversos aplicativos. Com o movimento, surgiram diversas críticas à Unity, inclusive sobre a negociação ocorrer após uma demissão volumosa realizada pela empresa há cerca de duas semanas.

Porém, outro problema foi bastante apontado sobre a fusão. A ironSource ganhou fama negativa pelo seu histórico no desenvolvimento do InstallCore, usado para agrupar downloads de softwares, instalando também adwares – até de malwares.

O InstallCore se baseia em uma plataforma que agrupa aplicativos para instalar em seu computador, geralmente pegando algo popular e legítimo e acoplando-o a programas de adware. Muitas vezes, sua presença é detectada e bloqueada por softwares antivírus devido ao seu impacto no desempenho da máquina do usuário.

Preocupação dos desenvolvedores

Esse histórico preocupante trouxe uma reação dos desenvolvedores de jogos que usam o motor Unity. Nas redes sociais, alguns dos profissionais na área deixaram essa insatisfação bem evidente.

“A… empresa mais conhecida por seu sistema de entrega de malware? Você está se fundindo com eles, e orgulhosa disso?”, tuitou James Deardenayake, engenheiro de jogos independentes e desenvolvedor do jogo Technobabylon. Outros desenvolvedores também apontaram negativamente para a fusão, lembrando que o software da ironSource foi colocado na lista negra do Windows pela Microsoft.

Por sua vez, John Riccitiello, chefe da Unity, também está sendo bastante criticado por ter insultado desenvolvedores que não priorizam a monetização como parte de seu processo criativo. Uma das respostas mais contundentes ao executivo partiu de Ben Exposito, que criou o jogo Donut County em 2018 com o motor da empresa – e considerado o melhor jogo indie de 2021 pelo Google no Brasil.

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