Em uma cerimônia virtual realizada na última quinta-feira (14), a Arábia Saudita tornou-se o país mais recente a assinar o Acordo Artemis, uma série de propostas de convivência de nações com programas espaciais para a exploração pacífica do espaço. Agora, o total de signatários subiu para 21 nações.

A ocasião contou com a presença de oficiais da agência espacial norte-americana (NASA), membros do Departamento de Estado dos EUA, representantes da Comissão Espacial Saudita (SSC) e as respectivas embaixadas de ambos os países. Vale lembrar: o Brasil já havia assinado o mesmo acordo em junho de 2021.

O príncipe-regente Mohammed bin Salman, da Arábia Saudita: país foi o 21º a assinar o Acordo Artemis para a exploração pacífica do espaço
O príncipe-regente Mohammed bin Salman, da Arábia Saudita: país foi o 21º a assinar o Acordo Artemis para a exploração pacífica do espaço (Imagem: Cubankite/Shutterstock)

“Hoje [14], a Arábia Saudita adiciona a sua voz a um grupo de nações diversificado e crescente”, disse o administrador da NASA, Bill Nelson, em comunicado. “Juntos, podemos assegurar que a rápida expansão da humanidade ao espaço, em direção à Lua e a destinos além dela, será feita de forma pacífica, segura e em completo acordo com as leis internacionais”.

A Casa Branca também emitiu um comunicado próprio: “o presidente [Joe] Biden deu as boas-vindas ao reino da Arábia Saudita em sua assinatura do Acordo Artemis e reafirmando o seu compromisso com a exploração sustentável, pacífica e responsável do espaço”.

O presidente norte-americano esteve – presencialmente – com os governantes sauditas em reuniões recentes. O encontro do mandatário estadunidense com o rei Salman bin Abdulaziz Al Saud e o príncipe-regente Mohammed bin Salman, no entanto, não foi livre de controvérsias: em uma ocasião que contou com a presença da imprensa internacional, jornalistas norte-americanos questionaram o príncipe sobre o seu envolvimento no assassinato de Jamal Khashoggi, correspondente do jornal americano Washington Post.

Khashoggi, um notório crítico do regime saudita, foi encontrado morto no consulado saudita em Istambul, na Turquia, onde oficializava papéis de casamento. Segundo relatos, o jornalista foi recolhido dentro da embaixada, levado para uma sala onde foi torturado até a morte. O programa espião Pegasus, da controversa empresa de segurança israelense NSO Group, havia capturado conversas de Jamal em apps de mensagens que informavam de sua localização. O governo saudita é um dos muitos clientes da companhia.

Os jornalistas que questionaram o príncipe-regente de seu suposto envolvimento na morte do comunicador foram prontamente retirados do recinto.

No que tange ao programa espacial da Arábia Saudita, ele é bem modesto: a agência espacial local conta com alguns satélites de pequeno porte construídos pelas próprias capacidades, mas atividades maiores – como lançamentos de foguetes que carreguem os respectivos satélites – são feitos por empresas aeroespaciais terceirizadas na Europa e Rússia.

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