Pré-candidato do Republicanos apoiado pelo presidente Jair Bolsonaro diz que pretende fazer uma campanha baseada em propostas técnicas para o Estado e não em ataques a quem possui a máquina pública
O ex-ministro da Infraestrutura e pré-candidato ao governo de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos) concedeu uma entrevista ao vivo para o Jornal da Manhã, da Jovem Pan News, nesta segunda-feira, 18, para falar sobre a disputa pelo governo do Estado. Ele disse acreditar que as candidaturas estaduais que possuem apoio de candidaturas presidenciais fortes são as que já saem em vantagem na opinião do eleitor em 2022. Tarcísio ainda afirmou que pretende fazer uma campanha focada em propostas técnicas de governo.
Ao ser questionado sobre os principais “ataques” que deve fazer na campanha do primeiro turno, se seria mais voltado a se contrapor ao atual governador Rodrigo Garcia (PSDB), para tentar ir ao segundo turno, Tarcísio de Freitas respondeu focando em propostas da sua gestão. “Vou centrar fogo e mostrar as nossas propostas. A gente vai falar de projetos. Vamos fazer a nossa parte de forma propositiva. A gente tem uma grande equipe de plano de governo. Uma equipe que está se dedicando hoje a resolver os problemas de São Paulo, a dar mais velocidade a esse Estado, um plano que vai estar focado na questão da geração de emprego, no cuidado com as pessoas. A gente está instando todas as alavancas que a gente precisa mexer para ter uma forte atividade econômica e também uma forte geração de emprego no Estado de São Paulo. É isso que a gente vai mostrar para os cidadãos. O que a gente observa é o seguinte: tudo bem, eles têm a máquina, mas nós temos um candidato presidencial muito forte, que vai ser decisivo nessa disputa. Na minha opinião, quem tem lastro em candidaturas presidenciais fortes vai sair em vantagem. E é essa aposta que nós estamos fazendo“, disse.
Questionado sobre a possibilidade do PSD, de Gilberto Kassab, apoiar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no cenário nacional, mesmo apoiando a candidatura dele no cenário paulista, ele, que é apoiado pelo presidente Jair Bolsonaro (PL), afirmou entender o apoio estadual como muito importante. “Eu entendo que a aliança estadual foi muito importante porque, no final das contas, está levando o PSD para uma neutralidade. Essa neutralidade é fundamental na perspectiva nacional também. E aqui nós vamos ter toda a estrutura do PSD trabalhando em prol da minha candidatura e também, consequência, na candidatura do presidente Bolsonaro. Então, eu entendo que foi um grande ganho, a gente afastou mais o PSD do Lula e aproximou mais o PSD do presidente [Bolsonaro]. Entendo que foi um movimento muito acertado. A gente vê o partido com muito Know how [conhecimento de executar uma tarefa], com muita estrutura, com muito conhecimento de São Paulo, com prefeituras importantes e isso vai ser decisivo na reta final”, opinou.
Caso eleito, o pré-candidato afirmou que pretende instaurar um governo técnico, com projetos de terceirização da máquina pública. “A questão da equipe é fundamental. No Ministério [da Infraestrutura], a gente teve toda a liberdade dada pelo presidente Bolsonaro para montar um time técnico. A gente conseguiu trazer talentos para áreas importantes. Então, cada secretário do ministério era um craque e dominava muito a sua área de atuação. E isso vai ser repetido em São Paulo. Eu acredito em plano e acredito em time. E a gente já está fazendo isso com plano de governo. Cada pessoa que está coordenando uma das áreas do nosso plano é uma pessoa que entende profundamente, sob a coordenação do [Guilherme] Afif, que, além de conhecer o Estado, tem uma história ligada ao empreendedorismo, ao empresariado, à geração de emprego, foi o formulador do Simples [Nacional], foi o formulador do Pronampe. Então, ele tem muitas contribuições a dar. Nós vamos montar um time técnico porque é isso que funciona”, afirmou Tarcísio de Freitas.
Já sobre a possibilidade de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se vencer o pleito eleitoral e como ficaria sua gestão em São Paulo, Tarcísio de Freitas foi categórico em afirmar que acredita na vitória de Jair Bolsonaro (PL). “Eu estou muito convicto que o presidente Bolsonaro vai ser reeleito e que nós vamos conseguir dialogar muito bem com o presidente Bolsonaro. E o alinhamento do governo estadual com o governo federal vai ser muito importante. O pré-candidato também falou sobre pesquisas eleitorais e sobre as urnas eletrônicas. Para ele as pesquisas são fotografia de momento e as urnas eletrônicas são confiáveis.
“Depende muito da metodologia que cada instituto utiliza e é uma fotografia do momento. Isso varia muito de uma semana para outra, as vezes. Obviamente, a gente está fazendo as nossas pesquisas, a gente tem também nossos números. E é com base nessas pesquisas que a gente direciona a nossa estratégia [de campanha]. Nós temos como vantagem o fato de haver um desconhecimento muito grande acerca do meu nome no eleitorado paulista. E a gente percebe que, a medida em que as pessoas vão conhecendo, a gente vai transformando desconhecimento em questão de voto. Uma pessoa que nunca esteve na política e se lançou há muito pouco tempo estar atingindo 20% das intenções de votos no Estado de São Paulo é uma grande feito. Senti que a gente está indo muito bem. E ainda tem um desconhecimento muito grande acerca do eleitor bolsonarista acerca da minha candidatura, então 40% dos eleitores de Bolsonaro ainda não sabem que eu sou o candidato do Bolsonaro. Então quando a gente conseguir mostrar que nós estamos defendendo o legado do presidente, fizemos parte do governo do presidente e representamos o presidente aqui no Estado, a gente vai crescer, com certeza, nessa fatia do eleitorado, que é uma fatia importante”, disse sobre as pequisas.
Sobre a necessidade de ir além do eleitor bolsonarista, Tarcísio de Freitas disse que “não se trata de fazer jogo duplo”, mas de mostrar propostas e seu trabalho técnico no Ministério da Infraestrutura. O pré-candidato ainda declarou que confia nas urnas eletrônicas, mas citou problemas. “Confio nas urnas eletrônicas, mas entendo que o processo eleitoral como um todo precisa de mais debate. Existe uma parcela significativa da sociedade hoje que tem algum tipo de reserva, algum tipo de desconfiança, eu sinto isso em todas as visitas, em todos os lugares que eu vou e acho, entendo, que vale o diálogo. Vale a pena o TSE deixar claro para toda a população quais são os pontos onde as vulnerabilidades são apontadas e que medidas de proteção e mitigação estão sendo tomadas. Foi montada uma comissão, as Forças Armadas foram chamadas para participar porque elas têm técnicos especializados no proteção de sistemas sensíveis, técnicos especializados na segurança cibernética, eles fizeram suas contribuições, e seria muito bom que essas contribuições fossem analisadas e isso fosse publicizado. Acho que está faltando um pouco mais de debate, diálogo, para que toda a sociedade tenha a percepção de segurança”, disse.
Fonte: Jovem Pan News
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