Paulo Dybala será reforço da Roma, é apenas uma questão de tempo a oficialização da contratação do argentino. O atacante, de 28 anos, chega com status de estrela, atendendo aos pedidos de ambição de José Mourinho no mercado da bola. Mas estará Dybala à altura dos lendários artilheiros argentinos dos gillarossi?
A contratação de Dybala é uma oportunidade de mercado única para os romanos, que habitualmente não teriam poder de compra para disputá-lo. O ciclo do atacante se encerrou na Juventus ao final da temporada passada, sem acordo pela renovação contratual. Livre no mercado, o argentino parecia que seria alvo de grande disputa entre os gigantes do futebol europeu, mas não aconteceu.
Antes mesmo do fim do contrato com a Juve, Dybala já se movimentava pensando no futuro. A prioridade do jogador, inicialmente, era uma transferência para a Premier League, e conforme a imprensa internacional o próprio atacante se ofereceu para Liverpool, Tottenham, Manchester United, City, Chelsea e Arsenal. Entre esses clubes, quem demonstrou mais interesse foi o Tottenham, mas os londrinos se assustaram com a pedida do jogador e recuaram.
Nos últimos meses, a roda de especulações sobre o futuro de Dybala o colocou ainda entre Atlético de Madrid e Internazionale. Novamente, as tratativas não evoluíram, muito por conta do atacante ser reconhecidamente um jogador caro mesmo para o alto padrão europeu, mas também pelo que Dybala não entregou nos últimos anos pela Juventus.
Dybala, então, se tornou mais do que uma oportunidade para Roma. A Roma se tornou também uma oportunidade para Dybala se reerguer.
Dinastia argentina
Ao vestir a camisa da Roma, Dybala estará automaticamente reavivando o sentimento de uma torcida que se acostumou com o talento argentino, especialmente entre os atacantes.
O primeiro atacante argentino de sucesso no clube foi Michelangelo Pantò, jogador que participou da primeira conquista de Campeonato Italiano pela Roma, em 1941/42. Pantò abriu as portas para o que se tornaria algo comum na capital italiana.
Até pouco tempo, o maior artilheiro estrangeiro dos gillarossi era o argentino Pedro Manfredini, que há poucos anos acabou ultrapassado por Edin Dzeko. Manfredini, porém, é certamente um dos maiores ídolos da história do clube, ficando marcado pela conquista da primeira Copa da Itália e também da extinta Copa das Feiras, competição de certo prestígio naquela época. Até a conquista da Conference League na temporada passada, a Copa das Feiras era o único título internacional oficial dos romanos.
É bem verdade que, nem sempre, a combinação Roma + Argentina teve como resultado final o sucesso. Claudio Cannigia foi uma grande contratação romana na década de 1990 que não rendeu como o esperado, e mais recentemente a promessa Iturbe acabou por ser um “flop”.
Mas, se Dybala se ativer aos bons exemplos, ainda é possível mencionar Abel Balbo, que diferente de Cannigia marcou época nos anos 90, e o icônico Gabriel Batistuta, último grande goleador argentino da Roma. Liderado por Batigol, o clube encerrou um jejum de quase duas décadas sem vencer a Serie A, que neste momento, curiosamente, volta a existir com o mesmo intervalo.
Para Dybala e para a Roma não faltam exemplos de sucesso nessa parceria. O atacante chega para se juntar ao time de Mourinho com uma bagagem de 115 gols em 293 jogos pela Juventus. Na Juve, Dybala aprendeu a ser campeão, mas poucas vezes chegou a ser o protagonista que dele se esperava, nos últimos anos à sombra de Cristiano Ronaldo ou sem suprir a ausência do português. Na Roma, Dybala já chega como a estrela da companhia e agora precisa provar estar à altura do cargo.
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Fonte: Ogol
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